quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Viver de "e se..."? Quero não!

Oiiiii........

Vixi, o dia de hoje deveria ter tido, no mínimo 72h!!
Acho que só sentei três vezes o dia todo: para almoçar, para passar roupas (sim, eu passei roupas sentada!) e para escrever aqui!

Estou de saída agora, vamos pagar a estrada para uma cidade próxima onde iremos participar do ENCONPASSO - Encontro de Passos na Recuperação.
Será o segundo evento desse que meu amor participa.
O primeiro foi logo no início de sua internação, no primeiro mês, e aconteceu em BH.

Logo depois que ele chegou, quando se deu conta do tamanho da mudança de vida que ele deveria ter, logo tentou manipular a mãe para sair da clínica.
Como diz o terapeuta: "Tomou o chá do 'já tô bom!'"
rsrsrs
Mas, graças a Deus, sua tentativa foi em vão! E ele prosseguiu o tratamento e se permitiu renascer.

Gente, como eu já disse aqui uma vez, viver no 'só por hoje', para mim precisa de ter o sentido de 'para sempre'. Não acho que por viver ao lado de um adicto, eu não possa fazer planos.
Ao contrário... Devemos sim pensar sempre que tudo dará certo.
O que precisamos é apenas um pouco mais de cautela e estar atentos a qualquer comportamento fora dos padrões de recuperação.
Deus nos ensina que devemos viver o hoje, e entregar o amanhã nas mãos Dele. Mas Ele não me ensina que amanhã eu deva esperar viver o inferno novamente. Não, não... Ele sempre quer o bem para todos nós.

Tenho uma nova grande amiga e companheira, que conheci na sala de Amor Exigente, e que por ironia do destino, seu namorado foi internado no mesmo centro terapêutico que meu amor estava.
Isso nos aproximou bastante e estamos sempre juntas agora, e dividimos nossas dúvidas e falamos a mesma língua. E para melhorar, moramos bem pertinho uma da outra!
Deus é tão bom que providenciou isso para nós duas.

Então...
Outro dia, estávamos conversando e ela me contou que sonhou que estava morando junto com seu amado, mas estava muito nervosa, pois não sabia o que faria com as chaves de casa e do carro. Não estava sabendo como agir. E me perguntou o como eu estava fazendo.

Respondi:
"Amiga... Não escondo absolutamente nada. Me recuso a fazer isso. Não escondo chaves, objetos de valor, meus míseros brincos de ouro, nada... E nem me incomodo que ele leve meu tablet para o trabalho dele. Eu estava vivendo nessa loucura antes de tudo acontecer. E no dia que eu me vi fazendo isso pela primeira vez, eu vi que eu estava vivendo de forma doentia. A única coisa que faço hoje é não deixar muito dinheiro com ele."

Naquele dia, quando me peguei escondendo as coisas, eu chorei muito e percebi que não queria mais viver daquela forma.
E quando eu aceitei morar com ele, depois que ele saiu do centro terapêutico, eu, verdadeiramente entreguei nas mãos de Deus.

E é por isso que estamos sempre juntos em sua recuperação.
Vou às reuniões abertas de NA com ele. Fazemos terapia juntos. Partilhamos (na verdade, ele partilha muuuito mais que eu!).
E em paralelo, sigo fazendo por mim também: grupos, bate-papo, orações, terapia, etc...


Se fosse pra viver daquela forma, eu não seria feliz.
Se for para eu viver pensando "E se ele pegar minhas coisas...", eu vou pirar.
E voltarei para o grau máximo de doença que a codependência pode me levar.
Quero não!!

Fiquem com Deus, pessoas...
Preciso ir.
Depois eu conto sobre como foi o evento do fim de semana.





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