quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Eterna vigília

Sim, é uma eterna vigília...

Ontem tive um momento com o terapeuta e padrinho dele, que me pontuou algumas coisas importantes sobre meu comportamento.
No início da internação de meu amor, fiz um acompanhamento em paralelo com ele, que me ensinava como agir, me direcionava. E agora recomeçamos esse acompanhamento.

EU também preciso me recuperar, EU preciso estar bem, consciente, atenta... Só assim posso ser útil na recuperação de meu amor.
Estar casada ou convivendo com um DQ requer alguns cuidados especiais, mesmo que ele esteja em recuperação. Trata-se de uma doença psíquica onde a mente deles pode sabotá-los se eles não estiverem suficientemente fortes e envolvidos em seu propósito de manter-se bem.

O principal ponto que ele me chamou a atenção, é sobre o fato de eu me envolver e cobrar diretamente sobre o processo recuperação dele.
"Realmente você não tem o direito de se meter... Você tem a OBRIGAÇÃO de fazer isso, e você VAI fazer."

Eu sempre comparo a DQ com doenças como a diabetes, que se não for cuidada, pode trazer graves consequências ao doente. Lembro-me que, quando trabalhei na industria, tive um gerente que era diabético, daqueles que precisa que tomar insulina todos os dias, mas ele não se cuidava da forma como deveria. Vira e mexe eu o surpreendia comendo um docinho ou um bolo, e eu puxava as orelhas dele de forma sutil.
"Chefe, chefe... Olha o açúcar... Não quero ficar sem você..."
Mas ele ainda não estava disposto a se tratar. E hoje me pergunto se sua esposa cobrava dele o tratamento.

O terapeuta me fez ver que se temos uma vida conjugal, não podemos ser DOIS separados, é preciso sermos DOIS em UM só!
Relação conjugal é a espécie singular de relação entre pessoas que se unem uma à outra, com o propósito de vida mútua em comum, distinta da ordinária vida social, ou da relação social a que se subordinam. As pessoas assim unidas chamam-se, por isso, cônjuges.
A palavra cônjuge vem do latim: con= 'um com o outro' + juge,re= 'ligação ou união'.

Quando cheguei em casa, ele já estava meio na defensiva sobre a conversa que teríamos. Achei que seria mais uma briga feia, e confesso que estava apreensiva. Mas, para minha surpresa ele me ouviu, meio emburrado, claro, mas ouviu. Quando fomos deitar, ele apenas me abraçou, como de costume. Nenhum questionamento.
Surpreendi-me com isso! Mas fiquei muito feliz.
Ele conhece o padrinho que tem, e no fundo sabe que ele sempre está certo.

Não podemos ser individualistas. Não posso simplesmente proibi-lo de palpitar em certas áreas da minha vida e nem ele pode me proibir de me envolver, pois isso não é viver em comunhão. E se optarmos por viver assim, começaremos a nos distanciar um do outro. Eu sempre fui contra a ter  relacionamentos onde cada um vive por si, cada um vai para onde desejar, cada um faz o que quer. Não sei viver assim.

Por isso, pessoas, quando estamos dispostas a entrar em recuperação junto com nossos amados, é importante que busquemos por ajuda profissional. Alguém que nos oriente como agir e que tipo de postura devemos ter. De preferência que seja algum profissional que também conheça a doença de nosso adicto.
Só assim aprenderemos fazer a coisa certa.

Um ótimo dia de feriado para todos!
Beijos!



Um comentário:

  1. Ola, amiga!
    Alegro-me em saber que as coisas estão andando a seu contento. Que possam continuar desfrutando da recuperação.
    Bons momentos ao casal!
    ....E aguardo sua visita em meu blog, visse? srrrsrs
    Abração e TAMUJUNTU.

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