sábado, 27 de abril de 2013

Desligamento Emocional

Oi pessoas, boníssima noite a todos!

Por aqui tudo caminha na mais perfeita paz de Deus, ambos amadurecendo um pouquinho mais a cada dia.

Serei meio breve nesse post, pois estou super cansada e cheia de sono, mas eu precisava vir aqui dar um "Oi".
Preciso falar sobre meu desligamento.

Então...
A Poly fez uma postagem hoje no face, que eu me apropriei de um trechinho e farei dele uma filosofia de vida:
"...minha vida está sempre cercada de coisas boas, e quando me sinto triste, é porque coloco o foco onde não deveria..."

É isso!
Isso me ajudará a compreender e praticar melhor o desligamento emocional.
Como é difícil desligar-se, como é difícil aceitar que o adicto tem vida própria e deixá-lo caminhar sozinho.
Dentro de mim há uma mistura de "frio na barriga" + insegurança + segurança + alegria + medo +  "sei lá do que", que nem sei explicar. É tudo muito estranho.

Nós, codependentes, naturalmente nos apropriamos da vida dele, somos vidradas em tudo neles, sempre achamos que ele não vai conseguir fazer isso ou aquilo sozinho, que ele é frágil, que não nos custa nada cuidar mais um pouquinho, que faz parte da relação...

Nós nunca nos preocupamos com nossa fragilidade, com nossa vida. Nosso foco é o adicto!

É difícil pra gente compreender que o amadurecimento e a independência deles faz parte da recuperação, aceitar que chega uma hora que eles precisam seguir sozinhos.
Isso dói em nós.

Por mais que a gente fique exausta de cuidar de tudo, de nos responsabilizarmos por tudo, de respirar por eles, a gente sente dor ao vê-los tomar suas próprias decisões.
(Lembrando que, normalmente, eles não nos solicitaram que fizéssemos tudo para eles)


Tem um pensamento que conheço desde a minha infância que diz assim:
"Amo a liberdade, por isso as coisas que amo deixo-as livres, se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as tive."
(O Google não me esclareceu bem se é de autoria do John Lennon ou do Bob Marley)

Não é porque nossos adictos necessitam aprender a caminhar com suas próprias pernas, livremente, que eles nos deixarão.
Se eles se forem quando a gente conseguir se desligar emocionalmente significa que, na verdade, eles nunca estiveram conosco.

E é isso que nos mantem inertes, fugindo de nossa recuperação, vivendo no ciclo da codependência. O medo de descobrir que ele nunca esteve com a gente, o medo de vê-lo partir, sem nunca ter chegado.

Percebo que estou evoluindo na minha recuperação quando consigo abrir mão de algumas coisas, mesmo que sejam pequenas coisas.
Percebo que estou melhorando quando penso antes de falar ou agir.
Percebo que estou fazendo o certo quando mesmo cheia de medos eu o deixo agir sozinho.
Percebo que o desligamento está chegando quando faço algo por mim que eu goste de fazer
(E eu notei que há tempos que não faço mais as coisas que gosto de fazer)

É claro que o progresso está acontecendo muito lentamente dentro de mim, em doses homeopáticas, e eu até prefiro que seja assim, pois eu não acredito em mudanças radicais que ocorrem do dia para a noite.
Eu ando muito atenta comigo mesma.

Eu coloquei na minha cabeça e repito o tempo todo, diariamente, que eu quero melhorar, que preciso sair desse fundo de poço emocional que a codependência me levou.

Ainda tenho recaídas, lógico. A insegurança e o medo gritam dentro de mim, e me fazem a ter atitudes insanas (e até chatas), mas estou decidida.

De cada frase lida no meu dia-a-dia, cada palavra escutada, cada "mensagem do dia" que eu retiro da caixinha de mensagens no trabalho eu faço a leitura mais profunda que consigo para perceber a mensagem de Deus para mim.
E as coisas estão se encaixando.

A terapia (e tratamento de choque) está evoluindo e me ajudando muito.

Às vezes me sinto trêmula por dentro, com medo do que está por vir, mas preciso confiar e entregar.
Sei que a mudança trará benefícios magníficos para minha vida, para minhas emoções, para meu amadurecimento, e também para minha relação com meu adicto.

Quando li a frase da Poly, um estalo veio dentro de mim.
Eu sempre soube que minha vida é maravilhosa em todos os sentidos, mas nunca vivi essa maravilha.
Eu tenho o direito de ficar triste, de sofrer, de ter uma TPM arretada, de agir motivada pelos hormônios e de sentir todos esses sentimentos esquisitos que nós mulheres temos (principalmente se somos codependentes), mas não tenho o direito de deixar que esses momentos de tristeza me devorem.

É isso...
Boa noite e um abençoado final de semana!


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ações


Muitas coisas...
Muito trabalho...
Muito feliz...

Oi pessoas, boa tarde!

Preciso falar um pouco sobre minha atuação no Comitê de Apoio às Políticas sobre Drogas da qual estou participando.

No início desse mês realizamos nosso primeiro Grupo de Trabalho (GT), composto por professores e técnicos educacionais, para deliberarmos ações para o Seminário Estadual que estamos montando, e que acontecerá em Junho.
Foram cerca de 44 participantes (em Junho teremos cerca de 300, entre professores e técnicos).

Esse GT, foi um momento para partilharmos experiências de sucesso.
Alguns professores apresentaram seus projetos, e depois formamos grupos regionais, também com o intuito de trocar experiências.
Foi muito emocionante e produtivo.

Agora estamos em fase de preparo para o Seminário Estadual, em busca de palestrantes com vivência em sala de aula, pois um dos nossos objetivos é inserir o tema nas bases curriculares do Estado.

Os professores ainda possuem muitos receios e não sabem como abordar isso sem ser moralista ou preconceituoso. E muitos tem medo de sofrer algum tipo de represália, pois existem diversas Escolas localizadas em zonas de tráfico. (A escola em que eu trabalhava, por exemplo, fica no ponto de tráfico mais forte da cidade).

Na verdade, a sociedade prefere fechar os olhos, pois o caminho mais fácil é sempre pensar que "jamais seremos atingidos por isso!"
A droga ainda é muito associada à marginalidade.

Enfim, nós, que entramos nessa luta, estamos fazendo o papel de formiguinha.

Depois desse grande Seminário, partiremos para os Seminários Reginais, em menor escala.

Outra ação é a criação de um site, destinado aos professores da Rede, na qual serão inseridos sugestões de filmes, aulas, reportagens, conteúdos, sala de bate papo, e muito mais.
O site está ficando lindinho e rico.
E eu estou muito orgulhosa por estar fazendo algo que nunca fiz e que será de grande utilidade aos professores.

Lembro-me que quando eu abordava o assunto nas aulas, eu nunca encontrava bons materiais que não eram meras campanhas de publicidade.

É isso, gente...
Estou muito feliz, e ocupando a mente o suficiente para não dar margens aos meus devaneios. 
Estou tranquila nesses últimos dias.
Estamos muito felizes.
Passaremos o final de semana com amigos, jogando conversa fora e comendo pizza!
Nenhum dinheiro do mundo é capaz de pagar essa tranquilidade.

Há um ano atrás eu estava no Outono. Tudo ao meu redor era cinza, só havia dor em minha vida, eu estava sem forças para nada.
Ou, como diz meu terapeuta Ogro, eu estava acabada, destruída, um lixo!
(rsrsrs)

É preciso calma. É preciso perseverar. É preciso amar-se para amar.
E assim como a recuperação deles depende apenas deles mesmos, a nossa recuperação também depende unicamente de nós.

Só por hoje!

Bom final de semana a todos!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Juntando os caquinhos do prato duralex!

Oi pessoas...

É isso, acho que a reconstrução está começando a acontecer...
Nem quero contar vitória antes da hora, rsrs, mas estou começando a enxergar os fatos com clareza diante de mim.
Começando a encontrar forças para controlar meus devaneios emocionais.
Aprendendo a desviar o foco, a não cair nas histórias que invento para mim mesma.
Ainda estou meio crua, eu sei, isso é fato. Mas, na verdade, até prefiro que a transformação seja lenta, como uma lagarta se transformando em borboleta, pois assim sei que estará acontecendo no tempo devido e da forma correta.

Estou muito feliz nesses últimos dias, e o que eu mais quero agora é recuperar o brilho dos meus olhos.

A minha última consulta com meu terapeuta Sherek foi muito produtiva, e eu nem chorei!!!
Ele sempre fala que eu sou uma adicta sem usar drogas, que eu sou viciada no outro!
Bom, mas seja como for, eu saí de lá leve comigo mesma.

Ele falou sobre a codependência, e me pediu que a descrevesse.
"É essa necessidade de querer superproteger, tomar conta, tipo uma galinha que coloca os pintinhos embaixo das asas. É querer controlar tudo na vida do outro."

Ele me interrompeu e me corrigiu (e falou para eu postar aqui!):
"Nada disso. É a dependência afetiva do comportamento do outro."

Vocês conseguem compreender a simplicidade e a dimensão dessa frase?
Inconscientemente nós vivemos em função do comportamento dos nossos DQs ou de qualquer um. O comportamento deles irá refletir em nós o nosso comportamento de superproteção. Se o comportamento deles for ruim, isso causará uma resposta negativa em nós, e entramos no ciclo da pirâmide da codependência, como descrevi no post "Puxão de orelhas". Se o comportamento for bom, nós vamos, mesmo assim, buscar por algo que nos leve a continuar a alimentando esse ciclo. 

Simples e claro. Isso é a codependência!
E o que precisamos é aprender a desviar o foco "do outro", precisamos aprender a buscar por nós mesmas, a nos descobrir...
Fácil não é?
(Quem dera se fosse tão fácil, mas pelo meno, é possível!)
Até perguntei a ele se não existia uma fórmula mágica para isso, mas infelizmente ele falou que não tem!
Então, bora lutar para desviar o foco!

Bora juntar os caquinhos do prato duralex que se espatifou no chão!


Ah...
Ando as mil e uma na minha participação no Comitê de Prevenção ao Uso de Drogas da Secretaria de Educação.
Vou  preparar um post das nossas últimas ações.

Beijos a todos e todas, e fiquem na paz do Poder Superior!




quarta-feira, 10 de abril de 2013

Prato duralex

Eu tinha medo de ficar só, até que aprendi a gostar de mim mesma.
Temia fracassar... Mas percebi que só fracasso se desistir.

Eu tinha medo do que as pessoas pudessem pensar de mim... Até que percebi que o que conta realmente é o que penso de mim mesma, com consciência, lucidez e humildade.

Eu temia ser rejeitada... Até que percebi ter fé em mim mesma, e que sou minha maior companheira.
Eu tinha medo da dor... Até que percebi que o sofrimento só me ajuda a crescer e afasta de mim a arrogância.

Eu temia a verdade... Até descobrir que a verdade é um espelho quebrado em mil pedacinhos.
Ninguém é dono da verdade, pois não tem mais do que um caco dela.

Eu temia as perdas e a morte... Até que aprendi que as perdas não representam o fim, mas o início de um novo ciclo.
Temia o ódio... Até que aprendi que o ódio é um veneno que a pessoa toma pensando atingir o outro.

Eu temia o ridículo... Até que aprendi a rir de mim mesma.
Temia ficar velha... Até que aprendi que posso ganhar sabedoria a cada dia.

Temia ser ferida nos meus sentimentos... Até que aprendi que ninguém consegue me ferir sem minha permissão.

Temia a escuridão...
Até que entendi a importância da luz de uma pequena estrela.

Temia mudanças... Até que percebi que mudanças pelas quais tem que passar uma bela borboleta antes de poder voar.

Eu ainda tinha medo de ficar só... Até que aprendi que a única pessoa que estará comigo em todos os momentos da minha vida sou eu mesma!
Vamos entender cada obstáculo à medida que apareça em nossas vidas com coragem e confiança.

(Desconheço o autor)


Oi pessoas... Boa noite...

Esse texto retrata a mim, ao longo de toda a minha vida em todos esses temores. Agora estou em busca de todos esses aprendizados. Na verdade, estou em busca de colocar em prática esses aprendizados.
Recebi numa reunião do Amor Exigente, e achei que valia a pena postar aqui para partilhá-lo com vocês.


Hoje me sinto como um prato duralex que caiu no chão e quebrou!
Quem já teve um prato desses em casa, sabe quão difícil é juntar todos os caquinhos.
Imagine agora, como deve ser ainda mais árdua a tarefa de juntar todos os caquinhos desse tipo de vidro e tentar remontar esse prato.

Pois é...
Em algum momento da minha vida, alguém me disse que eu não era ninguém, e eu acreditei e me condicionei a viver como quem não tem valor.

Agora eu já descobrir que tenho valor, só preciso aceitar isso e colocar meus valores em prática.

Estou em busca de juntar meus cacos e colocá-los em ordem.
Estou com muito medo do que vou descobrir sobre mim. Estou com medo de verdade.
Mas entreguei a Deus, e dessa vez entreguei mesmo.

Fiquem com Deus...
Beijos...





sábado, 6 de abril de 2013

Preciso andar...

"...Deixe-me ir preciso andar,

Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.

Quero assistir o sol nascer,
Ver as águas dos rios correr,
Ouvir os pássaros cantar,
Eu quero nascer e quero viver...

Deixe-me ir preciso andar,
Vou por aí a procurar,
Rir pra não chorar.

Se alguém por mim perguntar,
Diga que eu só vou voltar,
Depois que eu me encontrar..."




Olá pessoas...

É isso...
Preciso de um tempo para mim, preciso me encontrar, saber quem eu sou e onde quero chegar...

Está tudo bem, mas preciso que fique melhor.
Se eu demorar mais um tiquinho para buscar por mim mesma e por meus sonhos, pode ser tarde demais.

Não postarei nada nos próximos dias.
Preciso ausentar-me.
Desligar-me de mim mesma.
Olhar para outros lados.

Preciso procurar por mim em lugares desconhecidos.
Preciso acordar a vida que está dormindo dentro de mim.

Não é o fim desse blog, claro que não...
É só um tempo.

Está tudo bem, e vai ficar melhor ainda, assim que eu me encontrar...


Preciso praticar a oração da serenidade com mais fé.

"Deus, conceda-me serenidade para aceitar as coisas que não posso modificar.
Coragem, para modificar aquelas que eu posso.
E sabedoria para reconhecer a diferença."

Que Deus nos abençoe, nos fortaleça e nos guarde.
Amém!

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Reconciliação...


Chega, não dá mais para ficar no casulo.
Estou cansada, exausta de lutar contra mim mesma.

Iniciei a fase de reconciliação com a minha vida e comigo mesma.
Ando fazendo coisas impensadas e sem nexo, motivadas por um impulso de dor, aflição e vazio. Não desejo a ninguém essa angústia na qual me encontro. E preciso agir.
Ontem eu tive um dia perfeito, mas hoje as coisas já não estão nada bem.
Chega dessa instabilidade. Certamente essa mudança acontecerá em doses homeopáticas, claro, mas não dá mais para ficar assim.


Os sinais da inconstância...

- A carta -
Eu adoro escrever cartas, acho pessoal e íntimo. E então, na última quarta-feira eu me sentei na cama enquanto assistia TV e comecei a escrever uma carta para ele. Não sei o que me motivou a fazer isso, mas escrevi uma carta de despedida. Talvez inspirada pelo cansaço de lutar contra mim mesma, ou pelo sentimento de fracasso por não conseguir (ou não desejar) sair desse casulo, talvez por crer que não mereço ser feliz (sim, eu sempre acreditei que não era merecedora da felicidade). Não sei, só sei que escrevi.

Assim que terminei ele leu, mas disse que não havia entendido nada, não sabia o que eu queria dizer, não sabia se era um rompimento.
Eu chorei, sufocada por esses sentimentos vazios e insensatos que me perseguem, e por nem eu mesma saber o que me levou a isso. Dormimos abraçados.

- O rompimento -
Hoje cedo eu voltei a falar com ele que queria romper, mesmo depois de ter uma noite deliciosa ao lado dele. Eu disse com todas as letras que não quero mais viver assim e que quero terminar.
E se você quer saber se estou certa disso, vou dizer que não sei, e que me recusei a pensar nisso depois que falei. Só sei que estou muito cansada e preciso me fortalecer.
Cansada de tudo.
É um cansaço físico, proveniente do trabalho e dos afazeres da vida de dona de casa. Cansaço mental por estar sem férias há dois anos. Cansaço por ainda permanecer vivendo melancolicamente. Estou cansada de tentar me entender, e de viver nesse sentimento de inércia contra mim mesma. Enfim, estou cansada de mim!

Quando penso em minha vida daqui há 10 anos, é ao lado dele que sempre me vejo, eu faço planos e sonho com a gente junto todos os dias. Eu tenho certeza de que nossa história é sagrada e que somos capazes de sermos felizes juntos.
Mas eu estou colocando freios em mim mesma. Estou colocando minha felicidade nas mãos do outro, mais uma vez...
Estou cansada de repetir os mesmos erros.

- O alvo -
Ele tem sido meu principal alvo, talvez por ele ser a pessoa mais próxima. Meu humor oscila o tempo todo. Em um instante eu estou super bem ao lado dele, mas no momento seguinte eu fico mal.
Em outros tempos da minha vida eu tinha outros alvos...


Acontece que tenho que aceitar que a vida não é uma eterna primavera. Estou no outono, e é nessa estação que as flores velhas vão morrer para que as novas possam renascer.

Minhas flores precisam nascer de novo, cheias de vida. Com novas cores e perfumes. Senão eu não vou mais dar conta de nada.

Então é hora de sair do casulo, mesmo que devagar. Preciso voltar a fazer coisas que me deixam feliz. Preciso voltar a pensar em mim. Reconciliar-me comigo.
Só serei capaz de amar o outro se for capaz de amar a mim mesma, e eu não estou me amando.

- Deus -
Deus sempre cuidou de mim muito bem, mesmo eu não entendendo em alguns momentos. Ele sempre respondeu as minhas dúvidas.
Desde que iniciei minha relação com meu amado, as respostas foram mais claras ainda. Às vezes eu até me assustava com a velocidade com que os meus questionamentos eram esclarecidos.
Tipo, quando eu estava escrevendo a carta de despedida, a TV estava ligada na Canção Nova, e no instante em que mencionei que “estava exausta, sem forças e desistindo”, dirigi-me a Deus e pedi que me orientasse. No mesmo momento, Pe. Fábio de Melo disse: “Como você pode achar que não tem mais forças? Quem te dá essa certeza? Somente Deus pode dizer a hora que você deve desistir”.
Mas mesmo assim entreguei a carta e disse-lhe que estava cansada.


Dando passos para o início da reconciliação...

- A amiga -
Algumas das minhas amigas mais próximas e amadas estão morando longe. E eu escondi delas toda a dor que passei na fase ativa. Fiz isso para me proteger, para protegê-lo e por medo da rejeição delas. É claro que quando elas souberam, nos afastamos. Elas queriam me proteger e eu queria outro tipo de proteção.
Mas, essa semana, consegui me reconciliar com uma delas. Começamos uma conversa longa por email, falando das aflições que estamos vivendo em função da mudança de vida. Ela também está cheia de medos e conflitos. Com o passar “dos e-mails”, a conversa mudou de rumo e nos abrimos. Eu disse o quanto me senti sozinha nos momentos em que eu mais desejei alguém ao meu lado (na internação e quando resolvi formar minha vida ao lado dele). Ela me falou de suas angústias em relação a tudo que me aconteceu. Foi maravilhoso.
Recomeçamos...

- A outra amiga -
Ontem fiz algo por mim, coisa que já não fazia há um bom tempo. Ontem resolvi me curtir e curtir uma amiga querida.
Nos divertimos falando de coisas boas para nós duas, sem olhar no relógio, sem se prender a horários. Nem vi o tempo passar. Me senti feliz!
Delicioso.

- A irmã -
Já mencionei aqui várias vezes sobre a relação abalada que tenho com minha irmã. Somos distantes, e não há afinidades... Sempre nos estranhamos e eu sofro com isso.
Mas hoje ela me procurou.
Algo muito sério aconteceu e ela me pediu socorro.
Entrei em pânico. Como eu, que estou tão emocionalmente frágil e descontrolada, poderei ajudá-la?
Pedi forças a Deus. Senti muita vontade de chorar. Senti culpa (claro!), pois mesmo com toda a barreira que tenho contra ela, somente eu poderei ajudá-la. Ainda não sei como farei isso. Só sei que, mais que nunca, preciso ser forte.

"Quando sou fraco é que sou forte..."

Eu não posso mais dizer que “não consigo” mudar de vida, pois como o meu terapeuta disse: “Dizer que não sabe é o mesmo que dizer que não quer...”

Os medos ainda estão aqui comigo. A sensação de impotência contra mim mesma, as angústias, a aflição... Tudo está aqui. Mas eu não quero e não posso  mais viver assim.
Estou cansada...
Não sei como será quando eu voltar para casa.
Não sei como será quando eu encontrar com minha irmã...
Não sei de mais nada.
Só sei que não quero mais viver pelo outro, preciso viver por mim, pois somente assim serei capaz de ser útil àqueles que precisarem de mim.

Um abençoado resto de dia à todos!
Torçam por mim e eu continuo na torcida por cada um de nós...
Beijos...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Enquanto houver sol...

Oi pessoas!

Tudo bem por aqui... Ou melhor, quase tudo bem...
Já não é novidade que ando recaída já há algum tempo. Ando melancólica e enfiada num casulo completamente lacrado. Às vezes acho que não vou dar conta de mais nada e penso em desistir. Não consigo me sentir segura.

Passei uma hora e trinta minutos na primeira sessão com meu terapeuta na semana passada, sentada numa cadeira elétrica levando choques cada vez mais intensos!
Foi maravilhoso. Ele "gritou" diante de mim, sem a menor cerimônia, mais verdades que já me eram conhecidas, mas que insisto em fingir que desconheço.

"Você se comporta exatamente igual a um dependente químico, sem se drogar. Sua droga é ele. Você vive em função dele. Precisa parar com isso, senão vai adoecer..."

"E parar de usar droga é muito fácil, é só você mudar sua vida inteira!"

"Aprenda a ser mulher..."

Ele, com toda a delicadeza de um ogro, capaz de colocar o Sherek no chinelo, dirigiu-se "carinhosamente" a mim, e disse ainda:

"... E quer saber mais? Você está querendo assumir o papel de Deus. Você está querendo controlar tudo... Caraca... Aprenda a entregar, deixa Deus tomar a frente de tudo..."

Me fez muito bem voltar a conversar com ele.
Mas, como uma típica adicta (cuja droga é "o outro"), fugi de mim mesma, fugi do sugerido e, mais uma vez, fiz tudo errado!! Está sendo muito difícil para mim conseguir sair do casulo, e foi mais cômodo  permanecer nele. Não consegui seguir os direcionamentos como deveria.
Liguei para ele hoje cedo, ainda antes de vir para o trabalho, e ouvi mais verdades:

"Olha só... Você age exatamente da mesma forma que ele. Vem até mim, me pede direcionamentos, mas faz o contrário do que digo!"

Eu me sinto sozinha, mesmo sabendo que não estou. Tenho medos e necessidade de proteção. Ele diz que, por mais que eu não admita, isso é auto-piedade. Mas, eu juro que se for mesmo, é inconsciente. Eu tenho me sentido apavorada e parece que um sentimento de inércia não me permite seguir em frente.
Tô cansada disso.

Tenho absolutamente TUDO que pedi a Deus, mas não estou conseguindo retribuir. E ele me manda mais uma:
"Dizer que não consegue é o mesmo que dizer que não quer..."

É, ele está certo!
Preciso aprender a me concentrar no sol, assim como fazem os girassóis, minhas flores preferidas.

Beijos estalados e floridos!



Enquanto houver sol


Quando não houver saída

Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma ideia vale uma vida 
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós, algo de uma criança

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol

Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando que se faz o caminho
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós, aonde Deus colocou

Enquanto houver sol, enquanto houver sol
Ainda haverá
Enquanto houver sol, enquanto houver sol