sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O Padre... E eu...

Por mais de uma hora conversamos com o Padre, que é uma pessoa fantástica. Muito sábio!
Já foi logo perguntando ao meu amor como nos conhecemos...
rsrsrs

Meu amor contou tudo, desde o início, mais ou menos assim:
"Nos conhecemos em um carnaval, há mais de 10 anos... Sempre ficávamos juntos, mas sem compromisso (o Padre quis saber o que era 'ficar', e ele explicou)... Eu usava drogas... (O Padre perguntou se ele usava coisas pesadas) Sim, tudo. E já fazia coisas horríveis para usar... Iiiii, nem te conto, Padre... Senti vontade de procurar por ela através de uns amigos em comum em 2010... Mas eu tinha uma ex-namorada que estava grávida... A criança morreu dois dias depois que nasceu... Eu estava internado em Ipatinga... Trocávamos cartas e começamos a namorar... Mas ainda não havia o despertar espiritual, eu não sentia o desejo de parar de usar... Foi então que fiz uma merda muito grande com ela (sim, ele xingou de levinho várias vezes, rsrs)... Fui internado de novo... Tive o despertar... Aprendi que as minhas vontades nunca dão certo... Que tenho que fazer aquilo que Deus quer que eu faça... Eu a pedi em namoro no dia 12 de junho... Quero casar com ela..."

Depois ele me perguntou mais ou menos a mesma coisa:
"É engraçado, porque depois de 2005, quando nos vimos pela última vez, eu nunca mais tive notícias dele, mas às vezes pedia a Deus para protegê-lo... Eu sempre tive certeza de que havia o dedinho de Deus unindo a gente... Tive respostas claras quando eu implorava a Deus para me dizer o que fazer... Algumas vezes até me assustava... Isso me dava forças para continuar ao lado dele... Casamento para mim é sagrado..."

Foi uma conversa bem proveitosa, pois ele falou com muito cuidado sobre as dificuldades e as alegrias da vida a dois. Nos aconselhou bastante... Contou histórias, disse que eu tenho que aprender a cozinhar, que podemos marcar logo o casamento, falou da importância dos filhos, que eles fazem parte do ciclo, e que devemos ter dois.

Nesse momento meu bem torceu o nariz, pois se depender dele, não teremos filhos. Ele diz que aceita essa ideia por saber que eu desejo ser mãe, mas que por ele não teria. Assume que talvez seja por egoísmo, por saber que será necessário abrir mão de muitas coisas.
Quando ele me falou isso pela primeira vez, senti um vazio enorme dentro do peito, e comentei que se fosse para ser mãe sozinha eu preferia não ser, pois seria muito sofrido. Assim como ele pode se apaixonar pela criança quando vê-la pela primeira vez numa ultrassonografia, pode ser também que ele não tenha paciência com o bebê quando ele chorar, por exemplo. Decidi que não mais falaria no assunto, a não ser que partisse dele.
Mas o Padre falou!!! Senti-me constrangida... (não sei porque!)

"Iiiii, Padre... Isso a gente ainda tem que ver... Sei que ela quer e faria isso por ela, mas por mim não teríamos... Poxa Padre, me ajuda... Dois???"

Prefiro não comentar nada nessas horas.
Ando tendo altos e baixos em meu humor ultimamente, não sei os motivos. Tipo, parece que estou em uma constante TPM. Esquisito...
E por isso, às vezes tenho medo de estar pressionando-o, mesmo sabendo que não estou, pois ele diz todos os dias que quer viver ao meu lado para sempre. Não tenho motivos para ter inseguranças, mas elas estão me atormentando... E o mais insano é que essa mistura de sentimentos nada tem haver com medo de recaídas, nada disso, é coisa minha mesmo. Já tentei conversar com ele, que até contou ao Padre:
"Não consigo passar uma segurança para ela de que eu a amo... Não sei mais o que fazer quanto a isso..."

Em alguns momentos sinto-me tão sozinha. Sinto vontade apenas de estar protegida nos braços dele, que às vezes até ri de mim.
Talvez seja a falta de costume de ver os sonhos se realizando, falta de costume de viver em paz e sentindo-me amada de verdade.
Nunca vivi assim!
Medo estúpido!

E também tenho tentado me policiar bastante em relação às cobranças quanto aos afazeres de casa, a mínima colaboração. Mas está difícil... Meu amor é extremamente bagunceiro e desorganizado, sempre foi assim, nunca foi cobrado quanto a isso, e não se esforça nada para mudar!

Então fico me perguntando o que devo fazer... Dar uma de doida, brigar, pedir com carinho, fingir que não vi, deixar pra lá, arrumar tudo sozinha mesmo, chorar, sei lá... Mas acho que nada disso é justo, ainda acho que ambos precisamos ceder e colaborar com as diferenças um do outro. Para muitas coisas eu não me importo, pois sei que, em geral, os homens não levam jeito para passar e lavar roupas, por exemplo, mas outras situações me cansam, como todos os dias a toalha estar pendurada no boxe do banheiro, molhada e com cheiro de umidade. Affff...

A vida a dois requer mudanças de postura também, ambas as partes precisam ter muita paciência e sabedoria. A insegurança pela felicidade que estou vivendo, associada as bagunças dele estão me deixando arrasada, e fico tentando me forçar a não pirar e ter atitudes insanas ou palavras que me levem a um arrependimento maior que eu possa suportar.
Mas eu o amo muito e sei que ele também me ama. Passamos por tantas situações piores que isso, que tenho certeza de que vamos superar.

Faremos outros encontros com o Padre, que já deixou bem claro que vai ficar de olho na gente, tomando conta direitinho! Acho que isso vai ser muito bom para nossa relação.

Hoje, praticamente ainda não nos vimos, saio bem cedinho para trabalhar e não me despedi da maneira que faço diariamente, e ele ainda não chegou do trabalho, e isso está me matando. Estou com muita saudade, parece que não nos vemos há séculos!

Nossa relação é perfeita, nos divertimos, nos entendemos, nos respeitamos, não conseguimos brigar e nem ficar emburrados, enfim... Fomos feitos um para o outro de verdade!
Tipo: Alma-gêmea, cara metade e coisas do tipo, sabe?!

E é por isso que preciso aprender a lidar com meus sentimentos, medos e fracassos.
Preciso deixar Deus comandar todas as coisas sempre.
Preciso dominar a codependência e não deixá-la me dominar.
Preciso aprender quer eu mereço, sim, ser feliz e acreditar que ele é feliz comigo.

Só por hoje (e para sempre) estarei procurando ser uma pessoa melhor e acreditando mais em mim.

2 comentários:

  1. Amo o seu blog, porque fala do amor com simplicidade, e o amor é simples mesmo! Parabéns!
    Essas diferenças no início do relacionamento são normais, e fazem parte do processo, e são essas diferenças que nos fazem melhores!
    Beijos!
    Felicidades!
    E não se cobre demais, apenas viva!

    ResponderExcluir
  2. Me emocionei com essa conversa com o Padre, achei lindo seu amor ter sido tão sincero.
    Acho que o medo nos cega e nos impede de vivermos plenamente os bons momentos. A insegurança também me atormenta mesmo estando tudo em paz... Tento me controlar, mas penso que se eu cair, não quero cair de muito alto, a dor é maior!
    Beijinhoss... Saudadesss

    ResponderExcluir