quinta-feira, 12 de julho de 2012

Provações

Um mês de namoro...

Estou feliz, ou melhor, estamos felizes.
Hoje á noite iremos nos ver, e teremos um momento junto com  o terapeuta.
Quero passar para ele algumas das minhas aflições em relação a reinserção dele, que começa semana que vem.

Amanhã cedinho viajaremos para o Rio, e espero que tudo corra bem. Espero que ele aproveite bastante o que for trabalhado na Convenção.

Hoje deixei a co-dependência gritar alto dentro de mim. Quando nos falamos por telefone, ele me disse que pegaria o dinheiro para a viagem com a mãe dele, e eu cometi a insanidade de perguntar se isso seria motivo de preocupação para mim!

Digo que é insanidade porque é óbvio que não há motivos de preocupação, uma vez que ele não estará sozinho, há um monitor com ele, e ele já passou a fase crítica de fissura. E além disso, ele está tão feliz e ansioso com essa viagem...

Agora a pouco nos falamos novamente e desculpei-me por minhas palavras, mas, para minha surpresa (e alegria), ele reagiu super bem. Disse que já está preparado para essas cobranças e rótulos, e que está consciente que vai ter que encarar muito isso, por um bom tempo. Principalmente de mim e dos mais próximos.

O DQ em recuperação precisa provar o tempo inteiro ao mundo que não usa mais drogas, que mudou sua vida, que as coisas estão diferentes. Uma pergunta simples (e inconveniente) como essa que eu fiz é só uma amostra do que está por vir. Certamente haverão situações muito mais constrangedoras e difíceis para ele encarar.
Eu tenho plena consciência de que alguns desses momentos estarão envolvendo nossa rotina. Sei que pessoas próximas a nós dois lançarão olhares minuciosos (e até maldosos) o tempo inteiro.

Por isso, eu também já estou preparada para lidar com esses fatos, mas mesmo assim acabei falando besteira com ele, e isso me deixou muito mal. 

Hoje eu não estou muito bem, minha crise de enxaqueca me atacou feio ontem, e ainda estou meio zonza de remédio e de dor. Muitas das vezes minhas crises surgem em épocas que estou muito abalada emocionalmente ou me alimentando mal. No momento, não estou passando por nenhuma das duas situações, ao contrário, estou ótima. Acho que o que está havendo é um efeito tardio da fase ruim vivida no início do ano.
Lembro-me de que logo que tudo se resolveu (a internação) e eu comecei a relaxar, senti muito medo de cair doente, pois é assim que meu organismo sempre reage, mas  não adoeci, graças a Deus!
Então, como é agora que eu estou realmente em paz, minha companheira enxaqueca resolveu dar o ar da graça!
(Que saco!)

Mas enfim... Tirando isso, tudo está correndo da melhor forma possível.

Vamos ficar hospedados na casa de uma tia dele que ele adora, e ele está muito contente com isso. Segundo ele, é uma tia que fez parte de uma época boa da vida dele, e ele tem ótimas recordações. Logo que começamos a tratar essa ida ao Rio ele chegou a dizer que queria muito me inserir na família dele, que queria que soubessem quem eu sou. Foi bom ouvir essas palavras.

Pretendo falar e mostrar e ele esse blog no sábado.
Espero que ele goste.


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