Sim, meu amor, eu te aceito como o homem da minha vida...
E eu te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na
saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos dos dias de nossas vidas.
Como já disse aqui, estamos nos adaptando, e talvez
até, nos conhecendo...
Por perspectivas diferentes, estamos aprendendo a
ter uma vida que nunca tivemos.
Ele, em função de sua doença, de suas escolhas
erradas.
Eu, em função de uma vida sem controle emocional,
onde sempre me anulei pelos outros.
Passamos por momentos bem difíceis nesse início de
vida a dois, mas nosso amor está conseguindo nos levar a uma compreensão de
nossos erros. Situações complicadas ainda surgem, afinal, é como se ambos
estivéssemos renascendo.
Lembro-me daquele filme antigo “A
Lagoa Azul”, onde duas pequenas crianças, vítimas de um naufrágio,
crescem sozinhas em uma ilha. São apenas crianças e não há ninguém para lhes
orientar sobre a vida. E elas vão aprendendo e descobrindo sozinhas a lidar com
as alterações físicas de seus corpos, com os sentimentos que surgem, com as
diferenças e com o amor que nasce, mesmo sem elas saberem exatamente que sentimento
é esse.
Ele ainda é muito vulnerável, e eu também.
Ele tem oscilações bruscas de humor, e eu também.
Ele tem medos, e eu também.
Ele tem fraquezas, e eu também.
Somos dois, buscando nos transformar em apenas um.
Na semana passada ganhamos um presente muito
especial da irmã dele, que está muito feliz com nossa união.
Nossas alianças... Lindas. Sagradas.
Parece um sonho quando olho para minha mão.
Nossa relação é um milagre em cada situação que
vivemos. E Deus nos escuta e nos ajuda.
No domingo, havíamos discutido e conversamos sério
sobre nossas posturas, sobre nossos erros e nosso desejo de acertar... Eu tirei
a aliança para arrumar a cozinha e acabei me esquecendo de colocá-la novamente quando
saímos de casa à noite para ir à missa.
O Padre falou de relacionamentos... Parecia que era
pra gente...
Falou para pensarmos em como estamos tratando um ao
outro, de amor, do desejo de viver bem com nossos companheiros.
Nossas mãos se uniam a cada palavra...
Ele beijava minha testa e eu dizia que o amava. Ele
também...
Voltamos para casa...
Fui correndo pegar a aliança para colocá-la no
dedo, já estava sentindo falta e iríamos sair novamente... Não encontrei... Não
estava no ugar que eu havia deixado...
Chorei. O chão se abriu por debaixo dos meus pés...
Pensei que poderia tê-la pegado junto com meus
brincos quando estava saindo de casa mais cedo... Não me lembrava...
Mais choro... Dor...
Refiz meu caminho naquele pequeno apartamento por
várias vezes...
Retirei mil vezes tudo da bolsa... Nada...
Perguntei ao porteiro... Sacudi as roupas... Nada...
Ele me acalmava...
Um casal de amigos nos esperava no cinema, e não
tinha como desmarcar.
Assisti ao filme inteiro com lágrimas nos olhos e
orando a Deus que me ajudasse a encontrar minha aliança.
Ele apertava minha mão: “Calma... A gente vai
encontrar... Eu prometo!”
Fomos para casa e eles foram com a gente...
Deus me atendeu.
Quase não acreditei quando avistei a aliança mesmo
antes de abrir a porta na entrada do apartamento, bem embaixo da gretinha, com
a pontinha para fora. No local que eu olhei mil vezes quando estava
procurando...
Joguei-me no chão chorando para pegar.
Chorando muito... Mas dessa vez era de emoção e alegria...
Nos abraçamos tão forte, com tanto amor...
Eu o amo...
Nós nos amamos... Verdadeiramente nos amamos...
E é por isso que eu o aceito, mesmo com suas imperfeições.
Afinal, eu também tenho as minhas. Não sou perfeita, e nunca serei.
E é também por isso que eu disse lá no comecinho:
Sim, meu amor, eu te aceito como o homem da minha vida...
E eu te prometo ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos dos dias de nossas vidas.
Fiquem em paz...
Vocês são privilegiados...
ResponderExcluirForam abençoados com o dom de amar!
Beijos, querida!