sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

As lindas palavras de Drummond para você!

Oi pessoal!

Tudo em paz, muito em paz por sinal. Graças a Deus!
Acho que conseguimos entrar em sintonia. Todos os desajustes estão, finalmente, sendo ajustados.
Estamos conseguindo aprender a identificar e compreender os limites do outro e isso está sendo maravilhoso.

Nosso amor é muito grande e cresce a cada dia!
É uma pena que não é possível descrevê-lo.

Não teria mais estruturas para viver com ele se estivesse na fase ativa. A dor era muito grande, eu já não tinha mais forças. Eu o amaria de longe...
Mas ele escolheu mudar de lado, resolveu lutar pela única coisa que ainda lhe restava, que era sua vida. E eu não me arrependo por nenhum segundo sequer de ter esperado pela transformação.

Sim, é possível ser feliz ao lado de um dependente químico.


Hoje gostaria de falar sobre opiniões equivocadas referente ao uso de drogas.

O uso abusivo das drogas psicotrópicas está, muitas vezes, associado à marginalidade, à pobreza ou situações similares. Além disso, a sociedade só enxerga como um problema quando o usuário chega a estágios de vida deploráveis. Quando vemos na TV reportagens como a que passou hoje no Bom Dia Brasil, que mostrou as cracolândias de SP, somos levados a pensar que ali só existem pessoas das classes baixas da população, o que é um tremendo engano.

Meu amor veio de uma família de posses e estruturada, assim como muitos de seus amigos.
Geralmente ele fazia uso de sua droga de escolha em motéis, mas também já chegou a ficar na rua bebendo cachaça com carroceiros, quando já não tinha mais dinheiro.

Só para explicar:
Para quem não sabe, ir para motéis é extremamente comum entre os usuários que possuem condições financeiras para isso. Eles vão para lá por causa da privacidade. A polícia não irá pegá-los nesses locais. Alguns motéis, inclusive, oferecem as drogas. E, caso não tenham dinheiro para pagar a conta, penhoram sons de carro, estepes, e afins.
Não sei o que é pior, o adicto fazer isso ou os motéis aceitarem! 

Será que se alguém passasse e observasse a cena pensaria que um daqueles indivíduos era um médico veterinário? Duvido!
Será que algum dos outros carroceiros também, num determinado momento de sua vida, não chegou a ter casa, família, filhos, emprego? Vai saber...

O fato é que é mais cômodo a todos nós pensarmos que estamos imunes a esse tipo de problema.
"Isso nunca vai acontecer na minha família!"

Fechamos nossos olhos mesmo quando o problema está diante da gente.
Veja só alguns exemplos de pessoas que passaram pela mesma instituição que meu bem e hoje são seus companheiros de sala de NA:
- O filho do proprietário de uma empresa de manutenção de cascos de navio, e que trabalha na empresa do pai (saiu de sua casa num bairro nobre e foi morar no morro com os traficantes);
- Um professor de educação física, cuja mãe é uma psicóloga;
- O filho do proprietário de uma empresa de instalações elétricas, que também trabalha com o pai;
- Um jovem que hoje toca na banda da igreja;
- Um advogado;
- Um jovem proprietário de uma empresa de fechamento de varandas;
- Um funcionário efetivo da Assembleia Legislativa do Estado;
- Um cantor famoso do Rio;
- Um jovem filho de uma família tradicional de nossa cidade (e esse chegou a tomar conta de carros na rua!);
E tantos outros que fogem a regra da classe social.
Eu mesma, antes de estar envolvida com um dependente químico, talvez pensasse assim também.

O uso de drogas, principalmente o crack e a cocaína, há muito tempo, já atingiu todos os berços da sociedade.

Mas há, além da epidemia do crack, algumas outras situações me assustam bastante. Situações essas que, por serem consideradas normais perante a sociedade, são mais dificilmente percebidas pelas famílias.

Muitas pessoas que estão vivendo em função de medicamentos controlados, como anfetaminas, ansiolíticos, barbitúricos, anestésicos, e outros, sem perceber ou assumir que já caíram na dependência química. Casos comuns com profissionais da área de saúde. 

E o álcool, é claro, que, para piorar tudo, é associado ao bom convívio social. O que é muito triste!

É claro que não estou aqui para julgar às pessoas que bebem socialmente, não posso ser hipócrita. Sei que tem gente que realmente bebe uma cachaça, vinho ou uísque para degustar e apreciar a bebida.
Sei também que tem muita gente que bebe para se divertir sem ser alcoólatra.

Lembro-me bem das minhas épocas de faculdade, quando eu nem sonhava conhecer a palavra adicção, quantos porres eu tomei... Quantas festas regadas à bebidas. Como se a única possibilidade de diversão estivesse associada a uma cervejinha! E ainda recentemente, com meu grupo de amigas, não era raro saímos para nos divertir um pouco com nosso tradicional brinde de tequila!
Hoje não tenho mais esse olhar, e optei por não beber mais.

O que mais me assusta é o caminho que essas diversões podem levar.
É o fato de, muitas vezes, estar nítido à todos que determinada pessoas está vivendo em função de medicamentos ou bebidas, mas encarar isso como sendo algo normal!

Como trabalho com adolescentes, vejo isso todos os dias.
Cansei de ouvir conversas de meus alunos onde eles planejavam as baladas regadas a bebidas e depois comentavam os porres uns dos outros...
Muitas vezes também escutava as histórias dos meninos que eu dava aulas particulares (todos da classe alta de minha cidade), onde eles contavam cheios de orgulhos sobre o que fizeram de extraordinário no fim de semana anterior. Eles estão começando cada vez mais cedo a ter contatos com álcool, drogas e medicamentos.
Esse ano, um aluno meu da faculdade, matou dois idosos por estar dirigindo embriagado.

Muitos desses jovens, certamente se tornarão alcoólatras ou irão desenvolver a doença da adicção.
Esses dias passamos pela clínica e uma mãe estava chegando com o resgate para transferir o filho de 15 anos, sob ordem judicial, para uma instituição fechada!

Quando o uso perde o controle e todos ao redor notam que existe um problema com aquele indivíduo, geralmente ele é visto como um malandro que só faz besteiras e que está nisso porque quer!

As pessoas se recusam a vê-lo como um doente!
É tudo muito difícil e complicado de se lidar, então é mais fácil julgar!!

Mas quando estamos engajados em sua recuperação, precisamos estar conscientes de que não há nada que possamos fazer por eles, além de entregar nas mãos de Deus, já que a decisão de parar de usar deve ser DELE e de ninguém mais. Ele tem que enxergar-se como um doente. Ele tem que ver que não dá mais para continuar assim. Ele tem que optar pela vida.

Mas há uma luz no fim do túnel.
Se essa decisão vier, o dependente pode sim ter uma vida normal, pode ser feliz e fazer alguém feliz. Seja ele usuário de cocaína, álcool, medicamentos e até mesmo crack!
Porém, mesmo depois que entram em recuperação, que reparam os erros, que voltam a ter a sonhada vida normal, eles sempre serão cobrados por suas atitudes do passado. Como se nunca fossem capazes de seguir novos rumos.

É o tal do preconceito de quem se recusa a enxergar o dependente químico como um doente e prefere vê-lo como aquele malandro que entrou nessa porque quis!


Na reunião de ontem do Amor Exigente, recebemos um dos belos textos de Carlos Drummond de Andrade que vale a pena compartilhar com vocês.


FELIZ OLHAR NOVO!!!

"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho de sua história.

O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA.

Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais... Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?

Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho?
Quero viver bem. O ano que passou foi um ano cheio.
Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal.
Às vezes a gente espera demais das pessoas. Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.

O próximo ano vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?

O que eu desejo para todos nós é sabedoria!

E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado.
Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim...

Entender o amigo que não merece nossa melhor parte.

Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos colegas. Ou mude de classe, transforme-o em conhecido.



Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.

O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro: CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE!).


Chorar de dor, de solidão, de tristeza, faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso.



Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial.

O próximo ano pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.


O próximo ano vai ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular...

Ou... Pode ser puro orgulho!

Depende de mim, de você!

Pode ser. E que seja!!!

Feliz olhar novo! E que o ano que se inicia seja do tamanho que você fizer.


Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"



Espero que tenham gostado!
Fiquem com Deus e ótimas próximas 24 horas a cada um!

Hoje completam-se 290 dias limpo!

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