quarta-feira, 17 de julho de 2013

Duas opções...

Oi...

Na medida do possível levei minha vida de domingo até ontem dentro da normalidade.
Os momentos de desespero, típicos da codependência, não apareceram. Graças a Deus! 
Eu estava participando de um curso perto de casa, e não deixei de ir, apesar de não conseguir me concentrar direito.
Mas não sou tão forte, não consegui me desligar por completo, e às vezes era inevitável segurar as lágrimas, principalmente quando eu me lembrava que era aniversário dele e que poderíamos comemorar lindamente. Nesses dois dias, meu estômago travou e eu mal conseguia comer, além disso, a insônia foi minha companheira. E o resultado da mistura "noites mal dormidas + falta de comida + estresse" foi uma enxaqueca tensional!
Ninguém merece!!

Infelizmente esses sintomas aparecem em qualquer situação estressante que eu me encontre. Espero que eu aprenda a lidar com eles à medida que eu frequente o grupo. Penso que o desligamento emocional cabe em qualquer momento de nossas vidas, não só na dependência química.

Bom, mas vamos aos fatos...

Escolhas...
Outono... Chuvas...

Depois de pouco mais de 48 horas em uso ininterruptos, ele resolveu voltar para casa.
Eu já havia me esquecido do quão lastimável é o estado que ele fica depois de noites de uso compulsivo. Ele estava horrível. Deplorável.

Tão diferente daquele homem lindo, alegre e divertido que estava ao meu lado dois dias antes. Tão diferente daquele homem que dorme comigo todas as noites, me abraça e me chama de "Mamãe Zupinha" (isso porque eu brinco com minha cachorrinha gritando "zupiiiii").

Não era o mesmo homem. Não era o homem que eu amo e que eu quero viver para sempre.

O dia ficou nublado, feio... Não havia flores para perfumar e colorir...

É inevitável tentar compreender o que leva uma pessoa, em sã consciência, a ir atrás de algo tão destrutivo de forma tão compulsiva para ter alguns míseros minutos de prazer. Principalmente se essa pessoa tem família, bom emprego, casa, bons amigos e tudo mais que precisa para ter uma vida linda e confortável.

Putz! É muito irracional! Definitivamente os DQs não são normais!

As malas dele já estavam prontas, na sala. E a fechadura foi trocada.
Ele estava tão alucinado que mal percebeu.

Ele fez a escolha dele e eu fiz a minha.
Decidi que não compactuaria com essa loucura e não iria recebê-lo em casa.
Eu o amo demais, mas isso não quer dizer que tenho que ser conivente com as escolhas erradas dele, não posso e não quero aceitar viver assim. Eu não mereço noites em claro!

Quando ele recaiu em março, uma semana antes de completar um ano limpo, ele se propôs a fazer o tratamento ambulatorial com a psicóloga e o terapeuta.
Mas ele só levou a sério por duas semanas, logo logo ele priorizou outra coisa (o trabalho!), e seu tratamento passou a ser "supérfulo".

E então dei-lhe DUAS opções:
I- 30 dias na clínica para desintoxicação
II- rua

Ele relutou muito, claro... Não admitia ter que voltar para lá. Jurou para os quatro ventos que faria o ambulatorial corretamente e que conseguiria ficar limpo, que já conhecia o programa, já sabia o que tinha que fazer, e blá blá blá...

Uhum! Tá bom!!
(risos! aposto que muitos de vocês já ouviram isso também!)

O cerco fechou... Seu patrão exigiu a mesma coisa.
Ele conhece meu amor há tempos, certa vez chegou a interná-lo, mas ele só ficou 15 dias e tomou o chá do "já tô bom!".
Ao se ver sem saída, ele se rendeu.

É tudo tão triste e feio. Como sempre dizemos, a DQ é cruel, muito cruel.
O adicto, quando resolve usar, não pensa em mais nada, ninguém importa. Mesmo que ele esteja no estágio que o uso seja sinônimo de dor e sofrimento, ele vai usar sem a mínima preocupação de que alguém do mundo real possa estar preocupado.
A ressaca moral vem depois, e aí ele usa mais para sair da ressaca... E vira um ciclo doentio e compulsivo, que vai durar até ele não aguentar mais e cansar.

Nesse momento, dentro de mim, existe uma ausência de sentimentos.
Mas também existe dor.

Hoje tive que resolver as coisas dele: dinheiro, depósito, contas, clientes, etc.

Ele não está aqui. Ele escolheu não estar aqui.
Ele escolheu não participar da arrumação do apartamento novo, não comemorar o aniversário comigo.
E ele escolheu a opção I que eu lhe ofereci.
Pelo menos uma escolha sensata dentre tantas outras estúpidas!!

E quanto a nós dois, o tempo dirá. Vai depender das escolhas dele após esses trinta dias
Só por hoje não quero ele aqui, não quero ouvir sua voz.

Fiquem em paz e boa noite!

2 comentários:

  1. amiga..você já é pós graduada em dependencia quimica, quando vai começar a estudar quem é a Flor?...sugiro...pare com os "SE" isso só lhe traz mais sofrimento...coloque o SE no final dessa palavrinha F*da-"SE"....agora tudo o que vc precisa é se preocupar com vc, em o que vc gosta, ual seus sonhos, suas qualidades...esqueça ele...pelo menos agora...deixa esse "fardo" pra Deus carregar...lembra em VC VC e VC...depois quem sabe...Deus os faz se reencontrar..ou cada um reencontre um novo amor, mais antes disso cada um precisa SE ENCONTRAR...te amo e tmj :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi bonita...
      Valeu o puxão de orelha, mas eu não estou vivendo de "SE" não. Aliás, sempre me proibi de viver assim...

      Eu me mantive muito lúcida o tempo todo, mas é claro que de vez em quando a gente fica triste.
      Não fiquei triste por mim, e sim por ele, pelas escolhas dele, mas não posso fazer nada quanto a isso! Então...

      O pouco tempo de Nar-Anon me ajudou bastante com a compreensão e a prática dos passos.
      Já assumi muinha impotência e já entreguei o fardo.

      Estou bem, de verdade.
      bjs
      TMJ!

      Excluir