“... Não
encontrei até hoje um único usuário de drogas que me dissesse que sua vida era
um oásis de prazer, mas encontrei diversos que me disseram que ela se tonou um
deserto sem sabor.
Por que
muitos usuários pensam em suicídio? Por três grandes motivos: 1º) perdem a
capacidade de sentir prazer pela vida; 2º) não adquirem habilidade para
trabalhar suas perdas e frustrações; 3º) não sabem suportar nenhum tipo de
ansiedade e humor deprimido.
Os
usuários de drogas comportam-se como se fossem os mais fortes dos homens, pois,
se necessário, colocam suas vidas em risco para obter a droga, mas no fundo,
são frágeis, pois não suportam nenhum tipo de sofrimento. A dor emocional é um
fenômeno insuportável para eles. A dor que qualquer velho ou criança suporta,
eles não suportam. Por isso, buscam desesperadamente uma nova dose de droga para
sentir alívio. Nesse sentido, muitos usuários, após ficar dependentes, usam as
drogas como tranquilizantes e antidepressivos, ainda que elas sejam ineficazes.
Quanto
mais se envolvem nesse círculo vicioso, mais se deprimem. Quanto mais fogem da
solidão, mais solitários ficam. Quanto mais fogem da ansiedade, mais se tornam
parceiros da irritabilidade e da intolerância. Nos capítulos iniciais de sua
relação com as drogas, vivem a vida como se ela fosse uma primavera
incansavelmente bela, mas, nos capítulos finais perdem todas as flores que
financiam o encanto da existência e transformam-na num inventário inesgotável.
Nas primeiras doses sentem-se imortais, zombam do mundo e o acham careta, mas
com o passar do tempo matam-se um pouco a cada dia. Definitivamente, usar
drogas é um desrespeito à própria inteligência.
A questão
das drogas é muito mais séria do que a questão moral ou jurídica a elas
atinentes. Elas não devem ser usadas porque são proibidas e nem somente porque
trazem prejuízos físicos, mas porque encerram a emoção num cárcere, esfacelam o
sentido da vida e destroem o mais nobre dos direitos humanos: a liberdade.
A
sabedoria de um homem não está em não errar e não passar por sofrimentos, mas
no destino que ele dá aos seus erros e sofrimentos. (págs. 38 e 39)
...
...Sábio não
é a pessoa que não erra, não se frustra e nem sofre perdas, mas é aquela que
aprende a usar suas dificuldades como alicerce da sua sabedoria. (pág. 15)
...
...Nenhum tratamento
pode ser coroado de sucesso se os pacientes não enriquecerem sua história
emocional e fortalecerem sua capacidade de administrar seus pensamentos.
Muitos prometem
que nunca mais irão usar drogas. Uns dizem: “Pelos meus filhos, jamais voltarei
a usar drogas”. Outros prometem: “Pelos meus pais, jamais voltarei a usar
drogas”. Outros ainda, tomando as lágrimas como seu endosso, proclamam: “Drogas
não fazem mais parte de minha vida”.
Todos são
sinceros nessas afirmações? Sim. Mas por que não as sustentam? Porque não conhecem
o funcionamento da mente, não compreendem a sinuosidade da construção do
pensamento, não sabem que nos focos de tensão suas inteligências são travadas e
tornam-se impossibilitados de raciocinar com liberdade.
...
...Deixo um
recado aos que nunca usaram drogas, um recado não moralista, mas de alguém que
conhece um pouco o cárcere da emoção e pesquisa o funcionamento da mente: não é
preciso usar drogas para saber seu efeito; se alguém insiste em usá-las,
procure a opinião daqueles que querem se libertar delas... (pág. 45 e 46)...”
(Superando
o cárcere da emoção - Augusto Cury)
Oi pessoal...
Tudo bem por aqui. Graças a Deus!
Alguns trechos selecionados acima
batem com o que meu amor sempre fala sobre o condicionamento da mente que ele
aprendeu a praticar durante sua internação. Uma vez que o DQ aprende a praticar
esse condicionamento sua recuperação pode alavancar.
Nós, codependentes, também
precisamos aprender a condicionar nossos pensamentos e nossos impulsos,
principalmente àqueles que nasceram em função da adicção deles. Por isso esse
livro também é interessante para todos que, de alguma forma, estão presos às
suas emoções, basta adaptar a leitura para nossa realidade.
Por exemplo, depois que ele saiu
da clínica, eu poderia continuar a viver com aquela angústia pensando, 24 horas
por dia, se ele usaria ou não, se ele voltaria para casa ou não, e todos
aqueles pensamentos assombrosos; ou poderia me desligar disso e recomeçar, aceitando
que agora a vida é outra, e que a droga não está mais aqui. Só por hoje eu escolhi a última opção!
Mas ainda
preciso aprender a me dedicar mais a mim mesma. Aliás, independente dele ou de sua
adicção, passei minha vida no estilo Madre
Tereza de Calcutá, preocupando-me mais com o outro que comigo mesma. Graças
a isso, levei um puxão de orelha da minha psicóloga! (Merecido, diga-se de
passagem!).
E então,
na reunião da semana passada no Amor Exigente coloquei como meta me matricular
na academia. Contrariei todas as minhas vontades (detesto as futilidades comumente vistas nas academias) e fiz quase
duas horas de aula de Zumba ontem!
(Ameeeei...
Hoje tem mais!)
Eu preciso,
de verdade, colocar minhas vontades para fora, coisa que nunca fiz. E estou
lutando para isso. Tipo, preciso voltar a fazer coisas de mulherzinha, sabe?
Quer coisa
mais gostosa que sentar entre amigas e falar somente de coisas deliciosamente
fúteis e úteis a nós mulheres? Pois é... Sábado passado foi assim... Enquanto os homens fizeram a parte deles indo
para a reunião, e depois ficaram vidrados na frente da TV vendo MMA até às 4
horas da manhã; as mulheres se juntaram e falaram de tudo e mais um pouco. Foi muito
bom... Havia muito tempo que eu não fazia isso!
Enfim...
Viver é
deixar viver.
Lembro-me
de minha tensão nessa época no ano passado. Eu mal respirava...
E agradeço
a Deus pela serenidade que estou hoje.
Sabemos bem como essa época é complicada para os DQs, principalmente para os que estão na ativa, mas mesmo assim, desejo, de coração, um
final de semana de paz interior a todos independente das escolhas de seus
adictos.
Beijos.
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