Ele estará em casa esse final de semana...
Começa a reinserção. Estou tão feliz...
A irmã dele, provavelmente, estará aqui também, e será mais um momento em família.
A irmã dele, provavelmente, estará aqui também, e será mais um momento em família.
Estou ansiosa, mas ainda não sei a que horas poderei encontrá-lo, por causa da obra do apartamento e de uma consulta médica. Pretendo passar na clínica e pegá-lo para irmos juntos para casa. Tomara que dê certo!
É o recomeço da vida. É o início do aprendizado.
Viver em família, rotina, coisas simples, arrumar a cama ao acordar, comprar jornal, caminhar na praia, tomar água de coco, sair para comer pizza, pagar contas, ir ao cinema, ao supermercado...
São as flores começando a nascer...
Aliás, a ida ao supermercado é uma coisa que ele sempre comentava, mesmo antes de assumir o tratamento.
Depois de uma conversa sobre sua adicção ou de uma recaída, quando fazíamos as pazes, vinha a frase:
"Eu sonho com o dia em que vamos ao supermercado fazer compras juntos. Você comprando suas coisas saudáveis e eu comprando minhas comidas gordurosas!"
Coisas que parecem banais para muitos, mas que para ele poderão ser verdadeiros momentos de alegria.
Tipo aquela pessoa que cresceu vendo o mar apenas por fotografias de revistas e de repente tem a chance de vislumbrar e sentir toda aquela imensidão diante de seus próprios olhos...
É o início do contato com o mundo real.
Ele está com 35 anos, e mais da metade de sua vida foi em companhia das drogas, de todos os tipos que você puder imaginar. Um recomeço não é nada fácil.
Lembro-me que o terapeuta disse que o DQ precisa aprender como é a vida sem as drogas, pois ele não sabe viver sem ela.
Ele fala, com bastante frequência, que quer uma vida simples. Quer aprender a ser um bom filho, um bom tio, um bom irmão, um bom companheiro e, futuramente, um bom pai. Ele nunca teve rotinas em sua vida, nunca soube o que é isso, mas agora está a espera dela.
Eu, particularmente, gosto de rotinas. Acho que elas não precisam ser monótonas. Existem formas de fazer com que a rotina seja surpreendentemente gostosa a cada dia.
Às vezes me pego pensando em nossa rotina, e sinto-me cada dia mais feliz por perceber que posso voltar a pensar nessa rotina a dois. Mas tenho cautela, claro. Quando percebo que meus pensamentos estão fluindo demais, retorno meus pés para o chão rapidinho, porque minha imaginação é fértil demais, não posso dar trela para ela, senão ela vai longe.
Meu amor é enfático ao dizer que rendeu-se a nós dois e que quer ser feliz. Tem momentos que a imaginação dele também resolve ir longe, e eu tenho tentado contornar isso.
Tenhamos calma, meu amor!
Nossa relação é deliciosa, nosso único (e gigantesco) problema é a droga.
Tirando este ponto, não brigamos por nada, nem pelo lado da cama ou pelo controle remoto. A gente se entende bem, se diverte, se valoriza, se ama.
É claro que, em função de sua doença, essa cumplicidade foi se perdendo, pois a droga passou a ser a prioridade dele. E isso foi uma das coisas que mais me trouxe dor.
No momento, estamos bem, muito seguros e centrados. Sendo assim, a nossa rotina tem tudo para ser perfeita.
Vai embora o medo, e chega a fé.
No dia que fiz sua internação, estávamos rompidos e eu não tinha a menor intenção de voltar a me relacionar com ele se não houvesse uma mudança notável de postura. E ele, cheio de razão e arrogância, afirmou que ficaria ali por 3 meses, só para conseguir "ficar bem", pois depois desse prazo ele daria conta de ficar limpo por si. Sua vontade já bastava...
Doce ilusão!
Eu só voltei a tocar nesse assunto quando estava chegando a época de completar esses 3 meses.
Mas eu já havia notado sinais sutis de mudança da sua fala, ou seja, esse prazo, graças a Deus, durou pouquíssimo. E hoje ele diz que só sai de lá quando estiver pronto.
Na primavera... Claro!
Meu amado desistiu de tentar fazer as coisas do seu jeito. Ele percebeu que esse seu jeito, que ele tanto defendeu, por tanto tempo, jamais daria certo. Ao contrário, só o levou para um poço cada vez mais fundo.
Por exemplo, ele acreditava cegamente que poderia parar de usar as drogas ilícitas, mas continuar bebendo, que não haveria problema algum nisso.
Mais uma doce ilusão!
(Como se a bebida não fosse um tipo de droga também)
Tenhamos calma, meu amor!
Nossa relação é deliciosa, nosso único (e gigantesco) problema é a droga.
Tirando este ponto, não brigamos por nada, nem pelo lado da cama ou pelo controle remoto. A gente se entende bem, se diverte, se valoriza, se ama.
É claro que, em função de sua doença, essa cumplicidade foi se perdendo, pois a droga passou a ser a prioridade dele. E isso foi uma das coisas que mais me trouxe dor.
No momento, estamos bem, muito seguros e centrados. Sendo assim, a nossa rotina tem tudo para ser perfeita.
Vai embora o medo, e chega a fé.
No dia que fiz sua internação, estávamos rompidos e eu não tinha a menor intenção de voltar a me relacionar com ele se não houvesse uma mudança notável de postura. E ele, cheio de razão e arrogância, afirmou que ficaria ali por 3 meses, só para conseguir "ficar bem", pois depois desse prazo ele daria conta de ficar limpo por si. Sua vontade já bastava...
Doce ilusão!
Eu só voltei a tocar nesse assunto quando estava chegando a época de completar esses 3 meses.
Mas eu já havia notado sinais sutis de mudança da sua fala, ou seja, esse prazo, graças a Deus, durou pouquíssimo. E hoje ele diz que só sai de lá quando estiver pronto.
Na primavera... Claro!
Meu amado desistiu de tentar fazer as coisas do seu jeito. Ele percebeu que esse seu jeito, que ele tanto defendeu, por tanto tempo, jamais daria certo. Ao contrário, só o levou para um poço cada vez mais fundo.
Por exemplo, ele acreditava cegamente que poderia parar de usar as drogas ilícitas, mas continuar bebendo, que não haveria problema algum nisso.
Mais uma doce ilusão!
(Como se a bebida não fosse um tipo de droga também)
A mudança de postura já é notável, aos meus olhos, e aos olhos de quem estiver disposto a ver.
E a rotina será mais que bem vinda às nossas vidas.
Quem sabe não conseguiremos fazer a primeira compra para abastecer a casa juntos, quando eu me mudar para o apartamento?
Eu com minhas coisas saudáveis, e ele com suas comidas gordurosas.
Sim, eu o amo!
Fiquem com Deus!
Que Deus abençoe este novo recomeço, fortaleça sua fé lhe dê sabedoria para enfrentar os desafios da vida a dois.
ResponderExcluirForça, fé e Alegria SEMPRE!!
Espero de coração que ele saiba valorizar esta grande oportunidade que Deus está concedendo a ele.
Sabemos o quão é difícil para um DQ reaprender a viver e sentir prazer com as coisas simples da vida... mas querer é poder e conseguir! Com Cristo somos mais que vencedores.
TAMO JUNTO!
Grande abraço e qualquer coisa, estou aqui...
Bjim.. da "Marta"..rs