terça-feira, 28 de maio de 2013

Nar-Anon

Oi pessoas, boa noite!

Vim aqui rapidinho para dizer que as coisas estão bem. Graças a Deus!

Ando sumida, eu sei, e os motivos são inúmeros: a correria do trabalho, o cansaço do dia-a-dia, a vida de dona de casa e, principalmente, a codependência que me sufoca, e que às vezes tem até me desanimado a escrever. Confesso!

É isso, minha gente. Tenho me sentido descrente de mim mesma, desmotivada a escrever. Cheguei a pensar em tirar o blog do ar. E, ao tomar consciência disso, fiquei muito mal e senti dor. Escrever sempre me fez tão bem e sei que posso estar ajudando, mesmo que seja uma única pessoa. E hoje tive um estalo de que não posso parar.

Ainda não comentei aqui que comecei a frequentar às reuniões do Nar-Anon. Isso já tem mais ou menos um mês. Estou adorando e está me fazendo um bem danado. Cheguei da reunião agorinha. Desabafei sobre minhas ansiedades, que estão me corroendo por dentro.

Recebi um retorno de um membro que chegou hoje. Um cara, mais ou menos da minha idade, que está com o irmão internado. Ele falou que, apesar de estar lá pela primeira vez, ele já leu o livro diversas vezes. E depois que eu partilhei, ele ofereceu uma leitura para mim. Vou reproduzi-la aqui para vocês.


7 de Junho - PERDÃO

À medida que pratico os Doze Passos do Nar-Anon, aprendo como fazer escolhas mais saudáveis. Agora posso identificar as ocasiões de minha vida em que fiz as escolhas não tão sadias. Há um ligeiro senso de tristeza e perda que acompanham as sensações predominantes de perdão e alívio.  Eu poderia ter lidado melhor com meus relacionamentos. Me arrependo da perda de um relacionamento mais saudável comigo mesma. Passei por sentimentos devastadores de dor, causados por ser tão rigorosa e severa comigo mesma. Ao invés de acreditar, me esforcei mais do que deveria para tentar algo novo. Minha primeira reação foi condenar a mim mesma, por não ver coisas que eram impossíveis de ser detectadas e previstas.

A parte mais bonita de ser uma criatura do meu Poder Superior, é o perdão. O que não posso fazer, o meu Poder Superior pode. Onde sou fraca, sei que meu Poder Superior é forte. Quando cruelmente me deprecio, o meu Poder Superior é amoroso e compassivo. Ele me transforma de dentro para fora, mesmo quando, por puro hábito, procuro o caos e a perfeição. Estou sendo ensinada de maneira gentil, a respeito de contentamento e paz.

Reflexão para hoje: Hoje, me perdoarei e me abençoarei por completo. Removerei os "se" do meu vocabulário e os substituirei por frases como "fiz o melhor que pude no momento". Tomei a melhor decisão naquele momento. 

"Quando o medo está em meus relacionamentos, me esqueço que isso começou dentro de mim mesma." (Paul Ferrini)  


Caiu perfeitamente, como uma luva... E por isso, só por hoje, pretendo ficar bem...
Ótimas próximas 24 horas a todos!
Fiquem todos e todas na paz de Deus!
Um ótimo restinho de semana e feriado...

Beijos!

domingo, 19 de maio de 2013

A vida tem contrários

Oi pessoas,

Tirando a febre que me fez companhia por quatro dias, por aqui as coisas caminham em paz, graças a Deus.


Sim, estou em falta... Não tenho conseguido postar como gostaria. Acho que nunca corri tanto na minha vida, rsrs... Estou trabalhando de forma produtiva. Algumas vezes tenho que cumprir agendas externas, viajando pelos municípios do estado para as Superintendências Regionais de Educação. É bem cansativo, pois, dependendo do local, a gente vai e volta no mesmo dia...

Meu bem segue limpo, feliz e muito dedicado ao trabalho, sua grande paixão.
A fase em que ele trabalhava de forma compulsiva, como se quisesse fugir de tudo e do mundo, passou já tem algum tempo. Graças a Deus. Ele aprendeu a dosar as coisas, e tem ficado mais em casa.

O DQ leva uma vida intensa, ativa, isenta de limites. Tudo para eles é vivenciado de forma compulsiva. E, a medida que eles decidem ter uma vida normal, leva algum tempo para eles entenderem que as coisas não precisam ser assim, que as coisas podem ser dosadas, moderadas... Devagar eles aprendem!
Mas o aprendizado será mais eficiente se vier sem cobranças, sem pressão, de forma natural.
Falo isso por mim, pois esse foi um dos meus maiores erros, forçá-lo a "aprender" as coisas da vida rapidamente. Acabei fazendo com que ele pulasse etapas...

Coisas da codependência.

Já até falei isso aqui, consegui me desligar em relação a adicção, mas não me desliguei do resto todo. Coloquei meu foco aonde não precisava colocar e adoeci.
Foi então que a codependência gritou dentro de mim. Adoeci mais.
Senti dor...
Magoei e fui magoada...
Cresci e amadureci ainda mais...

E agora as coisas estão bem comigo. Quem dera eu pudesse dizer que "Estou curada da codependência!". Claro que não... Não há cura para isso, há controle. Hoje eu consigo perceber quando começo com atitudes e pensamentos insanos. Infelizmente, nem sempre eu os domino a tempo. E depois, vem uma dor que só quem já sentiu sabe compreender.

A codependência é uma doença que nos trás sentimentos contrários, de altos e baixos, de alegrias e tristezas. Já até cheguei a pensar: "será que sou bipolar?".
Minha vida é maravilhosa.
Sou feliz na maior parte do tempo, tenho saúde, emprego, casa, família, amigos perfeitos, bichos, paz, fé, um homem que eu amo.

O que aconteceu comigo então?
Às vezes tenho medos, às vezes me sinto forte.
Às vezes quero sumir, quero dormir... Mas não durmo...
Às vezes acho que tudo vai sair do eixo, que tudo vai explodir dentro de mim,  e às vezes acho que a serenidade é minha melhor amiga.

A ansiedade me dominou. Ando pisando em ovos!
Estou me cobrando como nunca me cobrei, em todos os campos da minha vida. Sinto-me pressionada por mim mesma. Sinto pânico só de pensar na possibilidade de errar... Não estou me permitindo errar por medo. Isso não é nada bom...

Justo eu, que sempre incentivei meus alunos, que sempre mostrei a eles como os erros são importantes para nosso aprendizado. Que o problema não é errar, é decidir o que fazer com o erro.
Justo eu, que sempre incentivei meu amado, na fase ativa, quando ele errava sempre, a não desistir, que não tinha problema ele errar. Recomeçamos tantas vezes...

Sentimentos contrários...
Força e fraqueza...
Alegrias e tristezas...
Fé e medo...
Isso é a codependência, que se for controlada, fica leve de ser tratada...

Contrários 
Só quem já provou a dor
Quem sofreu, se amargurou
Viu a cruz e a vida em tons reais
Quem no certo procurou
Mas no errado se perdeu
precisou saber recomeçar
Só quem já perdeu na vida sabe o que é ganhar
Porque encontrou na derrota algum motivo para lutar
E assim viu no outono a primavera
Descobriu que é no conflito que a vida faz crescer
Que o verso tem reverso
Que o direito tem o avesso
Que o de graça tem seu preço
Que a vida tem contrários
E a saudade é um lugar
Que só chega quem amou
E o ódio é uma forma tão estranha de amar
Que o perto tem distâncias
E o esquerdo tem direito
Que a resposta tem pergunta
E o problema, a solução
E o amor começa aqui
No contrário que há em mim
E a sombra só existe quando brilha alguma luz.
Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer



domingo, 5 de maio de 2013

Chega!

Oi pessoas...

Então...
Por aqui está tudo na mais perfeita paz, graças a Deus.
O dia hoje estava lindo, e o calor absurdo que faz por aqui já está dando lugar aos dias mais frescos e noites agradáveis...
Eu amo a minha cidade!
Uma capital que me oferece uma vida com ares ainda provincianos. Uma delícia!

No meu trajeto para o trabalho, eu preciso passar pela avenida da principal praia da cidade. A paisagem é linda, mas a correria do dia-a-dia faz com que a gente deixe de apreciar.
Tipo assim:
Eu sei que ela está ali, e que vai continuar ali, então não preciso me preocupar se eu não prestar atenção para desfrutar visualmente das belezas, pois sei que sempre que eu quiser ver, basta eu virar o pescoço!

Esse é um pensamento frio, e típico de quem leva a vida em função de tudo, menos do bem estar e da alegria nas pequenas coisas!

Já assistiram ao filme "Doce Novembro"?
Eu já perdi as contas de quantas vezes eu vi, sei ele decorado, e sou apaixonada por cada cena.
No filme, Sara tenta mostrar a Nelson que existe vida além do trabalho e das correrias do dia-a-dia, que existe amor. E ela o convence a viver um mês ao lado dela. Ele aprende apreciar as situações singelas da vida...
É um filme perfeito!

Pois então, há cerca de um mês eu estou praticando o exercício de seguir para o trabalho olhando para o mar e desfrutando de sua beleza. Eu abro as janelas do carro, respiro fundo e agradeço a Deus pelo que Ele me oferece de lindo na vida.

E, reafirmando o que disse a Poly,
"...minha vida está sempre cercada de coisas boas, e quando me sinto triste, é porque coloco o foco onde não deveria..."

No último post eu disse que faria dessas palavras minha filosofia de vida. Uma espécie de mantra. E, ultimamente, a cada dia me percebo mais atenta aos sinais da codependência no meu cotidiano. Isso não quer dizer que já sou capaz de impedir que ela me domine, que já tenho controle sobre meus devaneios. Isso ainda está um pouco distante, mas hoje eu já tenho plena consciência de onde vou chegar se eu não desviar o bendito foco.

Somente quando me envolvi com meu DQ é que eu fui ter consciência de que sou uma codependente nata. Até então, eu nem nunca havia ouvido falar nisso.
No início do nosso relacionamento meu foco era o uso abusivo de drogas dele. Eu entrava em pânico, e por muito tempo, achei que seria a responsável pela recuperação dele, que somente EU poderia salvá-lo!

Hoje eu não tenho mais essa preocupação. Consegui desligar-me completamente em relação  às drogas. Não fico desesperada pensando se ele voltará ou não. É claro que se ele não voltasse eu iria sofrer, mas isso não me incomoda mais, nem me preocupa.
Até porque, ele está feliz, trabalhando sendo um ser produtivo da sociedade!

E aí, quando tudo era para estar bem, já que a pior das tempestades se foi e a vida normal chegou, a codependêcia gritou e me fez mudar o foco. Mas acontece que não desviei para onde deveria, que é o lado maravilhoso da vida e das coisas boas que recebo todos os dias. Meu foco foi buscar pequenos motivos para eu continuar na codependência. E a minha mente transformou pequenos motivos em gigantes motivos!


Andei dando uma geral nas minhas últimas postagens e percebo o quanto estou oscilando. E tem sido assim desde que eu vi que tudo estava bem, que não havia mais com o que me preocupar.
Minha vida tem sido de altos e baixos. E, para piorar, vejo que na teoria eu já domino tudo, mas praticar que é bom, nada...
E isso dói demais. Dói mais ainda ao olhar ao meu redor e ver que não há motivos para essa oscilação. Isso é horrível!


O codependente é capaz de potencializar não só a sua dor, mas absolutamente TUDO que lhe acontecer. Assim como o DQ arruma mil motivos para continuar usando, nós arrumamos mil conflitos para continuarmos com o olhar direcionado para o comportamento do outro.

E, assim como nós, codependentes, não podemos imaginar a dor que os adictos sentem quando se vêem completamente dominados pela droga mas não conseguem sair delas. Os adictos também não são capazes de compreender a nossa dor. Ambas as doenças trazem devastação se não forem tratadas. E, como qualquer doença de fundo psicológico/emocional, para ser tratada é preciso que assumamos nossa impotência perante aquilo que nos faz mal.

Até poucos dias atrás, na teoria, eu sabia de tudo que eu precisava fazer. Sou capaz de dar conselhos maravilhosos para se ter qualidade de vida, mas, ao ler minhas postagens, vejo que não aplico nada na minha vida. Até mesmo em relação a frase da Poly que eu me apropriei. Fiz isso na teoria, mas não pratiquei!


Acontece que não dá mais para fugir de mim mesma. Não dá mais para ficar buscando conflitos aqui ou ali, principalmente se eles nem sequer existem!

Isso é loucura! E é uma loucura que me traz uma dor inexplicável.
Dói demais a busca pelo desligamento emocional. Dói demais assumir que, até agora, por toda a minha vida, eu só soube viver em função do outro. Dói demais descobrir que eu preciso reaprender a viver.


Chegou a hora de colocar em prática tudo que aprendi. Hora de dar um basta na dor. Chutar a melancolia para longe de mim!


Gente, minha vida é perfeita. Tenho uma casa, um emprego que amo, amigos maravilhosos que são verdadeiros irmãos, um grupo de trabalho de 11 pessoas onde todo mundo defende todo mundo, tenho fé, tenho bichinhos que eu amo, tenho saúde, tenho carro, uma afilhada linda, comida na mesa todos os dias, uma mãe que não tinha como ser mais mãe. E ainda tenho o homem que eu amo ao meu lado, limpo, me abraçando todas as noites para dormir!

O único motivo que eu teria para ficar triste é ver que minha cachorrinha prefere ficar com a minha mãe do que comigo! Mas como minha mãe também é louca por ela, nem nisso eu posso me prender mais! É melhor aceitar! rsrsrs

Do que mais eu preciso, então???

Preciso desligar-me emocionalmente. Preciso apenas tirar o foco de um lugar e colocar em outro. Preciso não só apreciar a beleza do mar que eu vejo todos os dias, mas sentir essa beleza que ele me proporciona.
Preciso olhar para mim, para dentro de mim.
Isso não parece ser tão difícil!

Chega de viver na dor!

Só por hoje!
Uma excelente semana a todos e todas!