domingo, 22 de dezembro de 2013

Retrospectiva - Parte I

Olá pessoas...
Bom dia!

Mais um ano está chegando ao fim, e muitas coisas aconteceram. Por isso, vou dividir essa postagem em duas partes...
Nessa primeira, farei uma retrospectiva de minha vida ao longo desse ano, dos meus sentimentos e minha busca por recuperação.

Na segunda parte, que postarei ainda hoje, vou fazer um balanço do lado profissional.
...


Às vezes a gente tem a sensação de que "esse ano foi horrível" ou "esse ano foi produtivo", "graças a Deus que acabou", "foi maravilhoso", e coisas assim...

Na verdade, acho que em todos os anos acontecem coisas muito boas ou muito ruins, dependendo de como olhamos para elas.
De uns tempos para cá, tenho tentado tirar proveito de tudo que me acontece, por pior que seja, tento ver como posso crescer com aquela situação. Não é fácil olhar assim, muitas vezes estamos machucados e isso dificulta... Mas, ainda assim, quando esfriamos a cabeça e conseguimos raciocinar sobre o ocorrido, vemos que pode ter algo positivo no ar...

2013 foi para mim um ano bom, de muito aprendizado e autoconhecimento. Eu nunca, em toda minha vida, consegui enxergar tão claramente meus defeitos e meus principais erros.

Tive muitos momentos de dor e sofrimento, principalmente no primeiro semestre, quando permiti que a codependência, potencializada por minha instabilidade emocional que me acompanha desde a infância, me dominasse e me levasse ao fundo do poço.
Por muitas vezes achei que minha história com meu amor chegaria ao fim, que não seríamos capazes de passar por aquilo, que não aprenderíamos a respeitar um ao outro.

Vamos aos pontos negativos de 2013:
- Tive brigas sérias com meu amor;
- Cai totalmente na autopiedade;
- Percebi que meu amor já havia deixado de lado sua recuperação e com isso teve algumas recaídas;
- Depois disso, eu o vi entrar no ciclo da auto-suficiência e, por isso, teve que voltar para a clínica por 30 dias;
- Tive que resolver sozinha todo o processo de mudança para o apartamento novo;
- Tive que bancar a casa sozinha (com meu salário de professora!) enquanto ele ficou sem trabalhar quando estava internado;
- Tive várias crises de enxaqueca;
- Senti medo e solidão;
- Achei que não tinha mais amigos para partilhar minhas dores, já que minhas amigas mais íntimas estão morando em outro estado ou não compreendem muito bem o universo da DQ;
- Achei que não tinha mais amigos para jogar conversa fora;
- Recentemente rompi (???) relações com minha irmã;
- Estou há mais de dois meses sem conviver com minha sobrinha e afilhada (está doendo horrores);
- Vi (e vejo) minha mãe sofrer muito com isso.

Mas, apesar disso tudo... 2013 foi um ano muito abençoado!

Em junho, ao me dar conta do buraco em que eu estava me enfiando, lutei com todas as forças para sair dele. 
Até então, eu achava que devia fazer terapia com o padrinho dele, já que ele fazia (e faz) atendimentos aos familiares e conhecia bem nosso mundo. Porém, chegou um ponto em que eu estava me sentindo confusa e não sabia mais qual era minha direção. E, conversando com uma amiga, cujo (ex)namorado também é DQ, ela me falou:

"Amiga, acorda! Ele tem que cuidar dos meninos, não da gente. Nós precisamos buscar por alguém que trate das nossas insanidades, que são diferentes das deles! Foca em você!"

Foi então que eu acordei!
Procurei por um tratamento terapêutico específico que não tivesse atrelado ao problema dele e sim aos meus e me joguei de peito aberto. 

Em paralelo, como eu não estava satisfeita com as reuniões do Amor Exigente, procurei o Nar-Anon. E foi a melhor coisa que fiz em minha vida!

Lá eu conheci o Programa de Recuperação e vi o quanto ele é rico.  E, principalmente, que posso (e devo) aplicá-lo em todos os pontos de minha vida.
Lá eu descobri que quando erro, posso buscar aprender com isso e me fortalecer para não repeti-lo. A literatura é uma benção!
Naquela sala eu encontrei pessoas que me amam e se preocupam comigo desde o primeiro instante que me veem.
Lá eu recebi (e recebo) os abraços mais verdadeiros do mundo. Lá eu aprendo a ser alguém melhor todos os dias.
Lá eu compreendi que tenho valor e que mereço ser feliz, e que isso só depende de mim!
Que o desligamento com amor é algo maravilhoso e não é egoísta.
Que eu posso (e devo) ter uma vida independente da dele.
Lá eu também compreendi que, por mais que algumas vezes minha relação pareceu estar fora do prumo, isso não quer dizer que nosso amor não seja verdadeiro, e sim que precisamos mudar o olhar.
Eu consegui forças para me manter de pé quando ele voltou para a clínica (em julho).
E também foi por estar lá que eu estou conseguindo sobreviver à privação da convivência com minha sobrinha, que é como uma filha para mim.

Depois que eu conheci o Programa, eu continuei errando, e muito, mas ao invés de me culpar por isso, ou de ser recriminada por alguém, eu recebo palavras de incentivo para recomeçar, a aprender com os erros. 

A briga com minha irmã é o melhor exemplo disso: cometi o mesmo erro da vida inteira tentando resultados diferentes. E deu no que deu!
A culpa da situação criada foi minha? Sim!
Eu não devia ter ido a casa dela e tentado mais uma vez o diálogo com uma pessoa que nunca permitiu o diálogo. No fundo eu já sabia que não daria certo.
Deixei essa culpa me corroer e me levar para a autopiedade? Não!

Ou seja, lição aprendida!
Dói, claro... Mas pelo menos serviu pra eu aceitar o que eu já sabia. Não posso modificá-la! 

É uma pena que apenas nós, familiares de DQs procuramos por isso! Nós temos uma facilidade maior em aceitar que temos um problema emocional grave e por isso lutamos por uma nova forma de viver!

O saldo de 2013 foi positivo.
Estou muito feliz e em paz comigo mesma.

Meu DQ tomou gosto pelo grupo e até assumiu uma sala. Está feliz com isso e se dedicando!
Faz questão de participar dos eventos e sente orgulho de si mesmo.

E a vida segue... Devagar e sempre...
Um dia de cada vez! Só por hoje...

Desejo um Natal de muita luz e bençãos na vida de cada um de nós, e um 2014 cheio de amor e paz!
Desejo serenidade e força!

Beijo grande!


"Eu seguro a minha mão na sua, e uno o meu coração ao seu, para que juntas possamos fazer aquilo que sozinha não conseguimos..."


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