domingo, 11 de agosto de 2013

É bom, muito bom...

A felicidade me domina...
Nossa, nunca pensei que fosse tão bom e fácil ser feliz!

Meu histórico de vida é melancólico. Autopiedade desde a infância??? Provavelmente. Mas eu não tinha consciência disso.

Eu cresci com o pensamento "ninguém me ama, ninguém me quer" latejando na minha cabeça.

Quando eu escutava aquela famosa frase que diz que "a felicidade está dentro de cada um de nós" eu me irritava, mas eu nunca deixei claro para ninguém que eu era infeliz, frustrada ou que tinha tendência depressiva. Na verdade, acho que eu nem sabia. Só descobri quando o meu primeiro namoro sério chegou ao fim, em 2007, e iniciei a terapia. Eu estava um lixo!

E quando olho para trás, vejo o quanto já havia sintomas de minha codependência nesse namoro, mesmo sem existir drogas na história. Não tinha nada para dar certo entre a gente, e eu vivia para tentar ajudá-lo a ter uma vida melhor! (Madre Tereza!)

Era um caso meio "Eduardo e Mônica", sabe?!

"...Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês

Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-botão com seu avô

Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão..."


Enfim...
A depressão quase me destruiu nessa época.

Porém, mesmo após anos de terapia, eu ainda me sentia infeliz. Eu até aprendi que tinha valor, que tinha qualidades, que era boa, que merecia coisas boas, mas não vivenciava isso. Eu não sabia como viver bem comigo mesma.
Eu cheguei ao ponto de achar que era muita vaidade minha me achar boa, que isso é obrigação de qualquer pessoa!

E eu vivi assim até "ontem"! Basta você ver minhas postagens até junho desse ano. A última carregada de autopiedade foi Ando mentindo para vocês, perdão...
E ali, eu, graças a Deus, consegui enxergar que se EU não fizesse algo por mim mesma ninguém mais faria!

Talvez alguns possam pensar que eu estou brincando de Alice nos país das maravilhas e me enganando ou tentando enganar os outros, fingindo que estou feliz!
Não me importo com isso!

ESTOU FELIZ DE VERDADE!!! MUITO FELIZ!!!

E estou mais feliz ainda de ver o quanto é bom estar feliz!
Deus está sendo tão maravilhoso comigo. Ele está me abraçando todos os dias, na verdade, Ele sempre me abraçou, eu é que não desfrutava.

O fato dele ter tido uma recaída horrorosa, de quase ter jogado nossa vida juntos pela janela, de pensar na possibilidade de ter que viver sozinha num lar que foi sonhado para dois, dele não estar aqui há quase um mês, não me tirou do eixo.

É desligamento com amor, que me soava muito esquisito no início. Mas agora sei que é muito bom aprender isso, afinal, é possível aplicar em qualquer relação de nossas vidas. Estou usando na relação difícil que tenho com minha irmã também.

Eu tenho pouquíssimo tempo de Nar-Anon (comecei em maio). E cheguei lá desesperada, procurando por recuperação, mas aos poucos fui me acalmando, deixando as coisas acontecerem. Em junho fiz meu tratamento terapêutico com abordagem no inconsciente, que, associado ao que aprendo no grupo, digamos assim, salvou minha vida!

E como eu consegui tão rápido????

Me olhei no espelho!
Vi aquilo que eu não queria ver, minha auto-destruição! E pedi a Deus para me dar serenidade para fazer o certo.

E eu consegui!

Eu não tenho controle sobre as escolhas dele, e nem tenho o direito de interferir, caso ele opte por voltar a ativa.
Vou sofrer, claro.
Mas minha vida independe da dele, e seguirei em frente. 

Conversamos um pouco sobre isso na viagem ao Caparaó.
A viagem foi maravilhosa. Estávamos numa sintonia diferente. Ambos cientes de nossas doenças. Cientes de que precisamos um do outro para ficarmos bem, que, além de companheiros, somos amigos, e que podemos contar um com o outro. Eu procurei falar pouco sobre o que aconteceu, deixei-o falar mais.
A viagem não foi terapêutica, foi familiar.

E, depois de reencontrá-lo e confirmar que o amor ainda está aqui, eu estou com muita saudade dele, claro! Mas estou tão em paz que isso não me corrói e nem faz eu me sentir sozinha. Ou seja, eu aprendi que posso respirar por mim mesma!

E descobri que respirar, assim como ser feliz, também é muito bom!

E por isso já estou morando no apartamento novo!
Não esperei ele sair da clínica (ele sai essa semana, após os 30 dias para desintoxicação), e me mudei na sexta-feira, sozinha. A semana foi uma loucura!
O pedreiro atrasou e ainda estava aqui finalizando algumas coisas. E eu e minha faxineira corríamos de um lado para o outro para limpar tudo em cada canto da casa (a medida que o pedreiro acabava), enquanto o pessoal da mudança arrumava as coisas no outro apartamento!
De noite eu não tinha força nem para falar!
Mas valeu a pena!
Ficou tudo lindamente perfeito!

A casa está cheirando a amor! E esse perfume não vai sair daqui nunca, porque o amor está dentro de mim, de mãozinhas dadas com a felicidade!

Eu poderia ter esperado ele sair para me ajudar... Sim eu poderia, mas eu não queria esperar... Eu decidi que faria a mudança naquele dia e assim o fiz! Afinal eu não me mudaria mesmo que nós não tivéssemos reatado??? E se ele optasse por voltar para a ativa? Eu não posso mais deixar de fazer algo por conta das escolhas dele. Então... Porque eu deveria esperar?
Ele chegou a dizer que pediria para o liberarem para vir me ajudar. Fingi que nem ouvi!

(E também, vamos combinar... Nessas horas, homem só ajuda com a força física, porque quando a gente quer comprar uma coisinha aqui ou ali para incrementar, decorar assim ou assado, para ficar mais bonitinho, eles só atrapalham!!! rsrs. Sempre acham que é bobagem ou frescura de mulher!!)

É isso...
A Primavera chegou. E mesmo que daqui a pouco venha o Outono, não me assusto mais, pois sei que ele prepara o terreno para as flores exalarem seus perfumes...

"Não perca de vista a primavera que o outono prepara."
(Pe. Fábio de Melo)

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