segunda-feira, 3 de junho de 2013

Redução de danos? Será?

Oi pessoas,

Serenidade e paz  a todos!

Estou na correria total no trabalho para a finalização dos preparativos para o Seminário Estadual sobre Drogas, que acontecerá no dia 26 de Junho. E no Seminário será lançado um site de apoio aos professores, com sugestões para abordagem do tema em sala de aula. O site está ficando lindo, estou muito orgulhosa. Quando estiver pronto vou divulgar para vocês.

Mas vamos lá, hoje quero abrir um parênteses para falar de um assunto que muito me incomoda, apesar de ser política pública oficial do Ministério da Saúde, e respaldado por uma portaria. Trata-se da tal "Redução de Danos" (RD).

A primeira vez que ouvi falar sobre isso meu bem ainda estava completamente na ativa. Uma pessoa que conheço, que tem um sobrinho com problemas com drogas comentou que o terapeuta que o atendia usava essa dinâmica. Achei um absurdo, mas não busquei maiores informações, eu tinha plena consciência de que isso não existia, e que era loucura daquele "profissional de quinta categoria". Só fui ter conhecimento mesmo depois que comecei a fazer parte do Comitê da Secretaria da Educação e passei a ter contato direto com a Secretaria Estadual sobre Drogas.

Infelizmente não posso, em uma reunião com a Secretaria, simplesmente, levantar uma bandeira e bater o pé dizendo que isso um absurdo. Eu seria destituída do cargo se eu dissesse tudo que penso a respeito, rsrs. (Isso me enfurece, mas...)

Sendo assim, venho expressar para vocês minhas impressões sobre o assunto. Contudo, preciso deixar claro que o que escreverei aqui é uma opinião pessoal, formada em cima do que estudei sobre a DQ e com base no que ouvi nos diversos eventos que participei. Além do acompanhamento que faço com o terapeuta da clínica que meu amado permaneceu internado.

Enfim, vamos lá... 

A RD é uma forma de abordagem diferente. O usuário não é, de imediato, incentivado a interromper o uso de drogas. A RD fala em reduzir os danos provocados pelo uso abusivo! Ela não incentiva o uso (isso é verdade), mas aceita que a droga de escolha seja substituída por uma mais levinha!

É isso mesmo!!
De acordo com os idealizadores, o que vale é incentivar o dependente a cuidar de si sem que a condição para tal seja a interrupção total do uso de drogas. Segundo eles, esta estratégia, por ser tolerante, evita julgamentos morais e preconceituosos sobre o comportamento do usuário, bem como, intervenções autoritárias (???).

Para quem ainda não compreendeu, vou ser mais explícita:
Um usuário de crack, por exemplo, não precisa parar abruptamente o uso de drogas, pois nem sempre ele é capaz disso. Então é sugerido que ele substitua a droga por uma outra que cause danos mais leves!!

Reflita sobre isso por um instante...
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...

Pessoas, não acreditem nisso.
Qualquer psiquiatra, terapeuta, clínica ou especialista no assunto que trabalhe seriamente sabe que isso não é possível.

Essa "forma inovadora de abordagem" contraria qualquer tipo de tratamento que tenha dado certo. Isso ignora o fato de que a adicção é uma doença progressiva e incurável. Um DQ, a partir do momento que entra em recuperação, tem que se abster de qualquer substância que possa interferir no sistema nervoso central, seja de forma estimulante, depressora ou perturbadora.

Isso contraria a metodologia de NA, que é, comprovadamente, a abordagem de maior sucesso de recuperação, e que já no 1º passo destaca:
"Admitimos que éramos impotentes perante nossa adicção, que nossas vidas tinham se tornado incontroláveis".

Se o DQ é viciado em cocaína, a partir do momento em que ele percebe que perdeu o controle de sua vida, não pode parar de cheirar mas continuar bebendo de vez em quando, mesmo que ele não tenha problemas com o álcool. Isso porque a bebida vai "atiçar" o cérebro dele a buscar por um prazer maior que o álcool proporciona.
A doença é progressiva, ou seja, ele sempre tende a buscar por prazeres maiores e maiores e maiores...

A meu ver, a RD pode funcionar por um curto período, mas certamente ele voltará, em breve, a usar a droga de sua preferência.

Não se permitam cair nessa ilusão. E se essa brilhante ideia surgir de seu adicto, que ainda está na ativa, pode ter certeza de que é manipulação dele para continuar usando.

Como eu mencionei no início, trata-se de uma política pública. E para quem busca por ajuda nos CRAs e CAPS, certamente poderá ouvir a respeito.

Para mim, a RD é penas uma forma de tapar o sol com a peneira. É uma maneia política de se dizer que algo está sendo feito. Lastimo saber que existem profissionais de renomadas Instituições Federais de Ensino Superior que insistem dizer que isso funciona.

Pergunto-me se esse profissional já conviveu de perto com a DQ ou se é apenas um teórico no assunto (isso é comum na educação, pessoas que nunca estiveram numa sala de aula apresentam ideias mirabolantes, ignorando a realidade das escolas). Pergunto-me ainda, se esse profissional tivesse um filho adicto, se ele aceitaria essa forma de tratamento para seu ente.

Reflitam mais um pouco...
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Um grande beijo a todos e ótimas próximas 24 horas!

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