Minha mente sempre foi muito fértil, e às vezes até mirabolante. Tenho pesadelos, sonhos estranhos, insônias, medos, sentimentos de vazio.
Um cenário está sempre presente em meus sonhos, desde a infância: as escadas ou as ladeiras! Elas sempre aparecem lá. Às vezes fazem parte do contexto, às vezes simplesmente estão lá, enfeitando! Principalmente se eu estou vivendo momentos tensos e conflitantes.
E eu tenho medo de escadas e de ladeiras íngremes, muito medo, principalmente para descer. Minhas pernas chegam a tremer. E meu medo aumenta nas escadas rolantes de descida e nas escadas vazadas.
Eu sempre vivi de altos e baixos. Meus sentimentos sempre oscilaram entre a Primavera e o Outono.
Hoje sou muito mais preparada e madura para lidar com isso, e sei reconhecer quando estou mudando de estação. Hoje consigo partilhar minhas emoções com as pessoas que confio ou que me sinto à vontade para isso. Mas nem sempre foi assim. Durante minha infância e adolescência eu me trancava dentro de mim mesma, em meu casulo. Eu acreditei que não era ninguém, e me tornei vítima de meus fantasmas.
Eu só fui desabrochar para a vida no início da juventude. Passei então a tentar apostar na auto-confiança, a não ter tanto medo de mim e da vida, me tornei um tiquinho mais segura (tiquinho meeesmo!).
Na verdade hoje eu consigo fingir que sou auto-confiante e que minha auto-estima é minha melhor amiga, e finjo muito bem!
Mas isso me incomoda. Ontem, assistindo ao Fantástico, fiquei pensando se eu sou bipolar, apesar de saber que não sou, pois já falei sobre isso com minha psicóloga (rsrs). Meu coração ficou apertadinho ao ver àqueles depoimentos. Senti vontade de chorar.
Em alguns momentos, me identifico com a Liz, de "Comer, Rezar e Amar". É uma história verídica. Em certos trechos da história ela narra como seus fantasmas chegam para lhe tirar momentos alegres e jogá-la novamente na solidão. E, com o intuito de sanar suas fraquezas, ela resolve morar em três lugares do mundo (por quatro meses em cada lugar) buscando aprendizados que lhe tragam auto-confiança, auto-conhecimento e crescimento na fé.
Pena que eu não tenho o dinheiro e nem a disponibilidade de tempo dela!
É, estou no meu Outono...
É importante destacar, que essa minha fragilidade emocional, que me trouxe de volta ao Outono, não tem relação com a adicção de meu amor. Ele está sendo meu alvo, mas o medo não voltou a me assombrar por causa dele. Claro que, para piorar tudo, meus surtos de insegurança acabam, sim, afetando nossa relação. E o egocentrismo dele, típico da adicção, o deixa cego e inerte. Ele não sabe lidar com emoções.
Sabe aquelas mulheres que têm depressão pós-parto? Então... É mais ou menos por aí... Elas não deixam de amar seus bebês que tanto desejaram, elas simplesmente entram numa nuvem de conflitos e não sabem lidar com a situação.
Eu não consigo praticar o desligamento emocional da forma como deveria.
Eu me desliguei completamente da doença dele. E isso eu fiz bem, e foi muito bom para mim. Eu não sofro, não fico matutando se ele vai voltar para casa ou não. Eu me proibi de viver assombrada pela droga. Simplesmente confiei e entreguei, e deu super certo. Deus está no controle de tudo no que diz respeito a "nossa relação x adicção".
Mas a entrega de minhas fragilidades, o desligamento de minhas emoções e medos, isso eu não consigo controlar.
(Ai que saco!)
Estou cansada dessa minha dor, de viver na inconstância, de não conseguir lidar com isso... Eu estou muito mais madura hoje, e percebo claramente que preciso dar um passo inicial, sair da angústia. Deixar a Primavera trazer as flores perfumadas. Sinto medo de viver assim para sempre, medo de chegar a um ponto de descontrole total. Mas mesmo assim deixo minha imaginação tirar meu chão.
No momento, talvez o esgotamento mental seja um fator complicador. Estou há dois anos sem férias, pois ano passado trabalhei numa consultoria quando era para eu descansar, e esse ano fui relocada para a Secretaria de Educação no final do ano, então minhas férias foram pro beleléu! Exausta, física e mentalmente.
Mas estou decidida a fazer algo por mim. Não posso mais ver meus sonhos escorrendo por meus dedos.
Ouvir as verdades do terapeuta muito me ajudaram. Acho que o que eu preciso agora é de alguém que me diga, com todas as letras, aquilo que eu já sei, mas que tento fingir que não sei! Tratamento de choque, sabe?
E é isso... Vou em busca de um curto circuito total na minha vida, que me causem muitos choques e me obriguem a consertar toda rede elétrica que move minha vida.
Torçam por mim!
Beijos e boas próximas 24 horas!
Fiquem com Deus!
Amiga...eh por aí. Viva sua vida, sempre! Somos impotentes perante a adicção, e sobre mts outras coisas, mas podemos tomar decisões e fazer escolhs hj melhores do q as d ontem. Se permita viver por vc... Seja forte, confie num Deus que eh o Deus do impossível. Podemos tudo com Ele, somos barro em suas mãos, não esqueça disso, basta exercitarmos nossa fé. TMJ sempre.. Quero saber q curto circuito eh esse rssss. T amo, bjbj...Marta, Marta..rss
ResponderExcluirNa verdade vc sabe, amiga....
ExcluirOu vai me dizer que não sentiu que tava levando um choque a cada conversa que tinha com ele?
Parece que ele coloca a gente numa cadeira elétrica que recarrega nossas energias pra fazer o certo!
rsrsrs....
E pra piorar (ou melhorar), ele virou leitor do blog!
TMJ, te amo tbm...
Bjbj