domingo, 5 de maio de 2013

Chega!

Oi pessoas...

Então...
Por aqui está tudo na mais perfeita paz, graças a Deus.
O dia hoje estava lindo, e o calor absurdo que faz por aqui já está dando lugar aos dias mais frescos e noites agradáveis...
Eu amo a minha cidade!
Uma capital que me oferece uma vida com ares ainda provincianos. Uma delícia!

No meu trajeto para o trabalho, eu preciso passar pela avenida da principal praia da cidade. A paisagem é linda, mas a correria do dia-a-dia faz com que a gente deixe de apreciar.
Tipo assim:
Eu sei que ela está ali, e que vai continuar ali, então não preciso me preocupar se eu não prestar atenção para desfrutar visualmente das belezas, pois sei que sempre que eu quiser ver, basta eu virar o pescoço!

Esse é um pensamento frio, e típico de quem leva a vida em função de tudo, menos do bem estar e da alegria nas pequenas coisas!

Já assistiram ao filme "Doce Novembro"?
Eu já perdi as contas de quantas vezes eu vi, sei ele decorado, e sou apaixonada por cada cena.
No filme, Sara tenta mostrar a Nelson que existe vida além do trabalho e das correrias do dia-a-dia, que existe amor. E ela o convence a viver um mês ao lado dela. Ele aprende apreciar as situações singelas da vida...
É um filme perfeito!

Pois então, há cerca de um mês eu estou praticando o exercício de seguir para o trabalho olhando para o mar e desfrutando de sua beleza. Eu abro as janelas do carro, respiro fundo e agradeço a Deus pelo que Ele me oferece de lindo na vida.

E, reafirmando o que disse a Poly,
"...minha vida está sempre cercada de coisas boas, e quando me sinto triste, é porque coloco o foco onde não deveria..."

No último post eu disse que faria dessas palavras minha filosofia de vida. Uma espécie de mantra. E, ultimamente, a cada dia me percebo mais atenta aos sinais da codependência no meu cotidiano. Isso não quer dizer que já sou capaz de impedir que ela me domine, que já tenho controle sobre meus devaneios. Isso ainda está um pouco distante, mas hoje eu já tenho plena consciência de onde vou chegar se eu não desviar o bendito foco.

Somente quando me envolvi com meu DQ é que eu fui ter consciência de que sou uma codependente nata. Até então, eu nem nunca havia ouvido falar nisso.
No início do nosso relacionamento meu foco era o uso abusivo de drogas dele. Eu entrava em pânico, e por muito tempo, achei que seria a responsável pela recuperação dele, que somente EU poderia salvá-lo!

Hoje eu não tenho mais essa preocupação. Consegui desligar-me completamente em relação  às drogas. Não fico desesperada pensando se ele voltará ou não. É claro que se ele não voltasse eu iria sofrer, mas isso não me incomoda mais, nem me preocupa.
Até porque, ele está feliz, trabalhando sendo um ser produtivo da sociedade!

E aí, quando tudo era para estar bem, já que a pior das tempestades se foi e a vida normal chegou, a codependêcia gritou e me fez mudar o foco. Mas acontece que não desviei para onde deveria, que é o lado maravilhoso da vida e das coisas boas que recebo todos os dias. Meu foco foi buscar pequenos motivos para eu continuar na codependência. E a minha mente transformou pequenos motivos em gigantes motivos!


Andei dando uma geral nas minhas últimas postagens e percebo o quanto estou oscilando. E tem sido assim desde que eu vi que tudo estava bem, que não havia mais com o que me preocupar.
Minha vida tem sido de altos e baixos. E, para piorar, vejo que na teoria eu já domino tudo, mas praticar que é bom, nada...
E isso dói demais. Dói mais ainda ao olhar ao meu redor e ver que não há motivos para essa oscilação. Isso é horrível!


O codependente é capaz de potencializar não só a sua dor, mas absolutamente TUDO que lhe acontecer. Assim como o DQ arruma mil motivos para continuar usando, nós arrumamos mil conflitos para continuarmos com o olhar direcionado para o comportamento do outro.

E, assim como nós, codependentes, não podemos imaginar a dor que os adictos sentem quando se vêem completamente dominados pela droga mas não conseguem sair delas. Os adictos também não são capazes de compreender a nossa dor. Ambas as doenças trazem devastação se não forem tratadas. E, como qualquer doença de fundo psicológico/emocional, para ser tratada é preciso que assumamos nossa impotência perante aquilo que nos faz mal.

Até poucos dias atrás, na teoria, eu sabia de tudo que eu precisava fazer. Sou capaz de dar conselhos maravilhosos para se ter qualidade de vida, mas, ao ler minhas postagens, vejo que não aplico nada na minha vida. Até mesmo em relação a frase da Poly que eu me apropriei. Fiz isso na teoria, mas não pratiquei!


Acontece que não dá mais para fugir de mim mesma. Não dá mais para ficar buscando conflitos aqui ou ali, principalmente se eles nem sequer existem!

Isso é loucura! E é uma loucura que me traz uma dor inexplicável.
Dói demais a busca pelo desligamento emocional. Dói demais assumir que, até agora, por toda a minha vida, eu só soube viver em função do outro. Dói demais descobrir que eu preciso reaprender a viver.


Chegou a hora de colocar em prática tudo que aprendi. Hora de dar um basta na dor. Chutar a melancolia para longe de mim!


Gente, minha vida é perfeita. Tenho uma casa, um emprego que amo, amigos maravilhosos que são verdadeiros irmãos, um grupo de trabalho de 11 pessoas onde todo mundo defende todo mundo, tenho fé, tenho bichinhos que eu amo, tenho saúde, tenho carro, uma afilhada linda, comida na mesa todos os dias, uma mãe que não tinha como ser mais mãe. E ainda tenho o homem que eu amo ao meu lado, limpo, me abraçando todas as noites para dormir!

O único motivo que eu teria para ficar triste é ver que minha cachorrinha prefere ficar com a minha mãe do que comigo! Mas como minha mãe também é louca por ela, nem nisso eu posso me prender mais! É melhor aceitar! rsrsrs

Do que mais eu preciso, então???

Preciso desligar-me emocionalmente. Preciso apenas tirar o foco de um lugar e colocar em outro. Preciso não só apreciar a beleza do mar que eu vejo todos os dias, mas sentir essa beleza que ele me proporciona.
Preciso olhar para mim, para dentro de mim.
Isso não parece ser tão difícil!

Chega de viver na dor!

Só por hoje!
Uma excelente semana a todos e todas!



4 comentários:

  1. apenas viva...a vida com simplicidade...tente equilibrar, não faça da sua vida um romance e nem um drama...faça dela o que ela é..o dia a dia...tente encontrar equilibrio pelo normal...eu sou muito intensa...então eu vivia ou \o/ uhuuuu....ou la em baixo...ainda tenho altos bem altos os baixos aprendi a me defender... aprendi a encontrar a paz no tranquilo no sereno...nossa vida pode ter momentos de intensidades...mais apenas momentos...no demais...SE PERMITA...SE PERDOE E VIVA..bju

    ResponderExcluir
  2. Na nossa recuperação, flor, não existe uma "linha de chegada", mas existem os nossos pequenos progressos diários. Não se frustre com o que ainda não atingiu, apenas se parabenize por suas conquistas até aqui, e continue crescendo... Bjão, querida!
    TMJ!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Poly e Kel, minhas queridas...

      As palavras de vocês sempre me ajudam, a muito.
      Obrigada sempre pelo companheirismo.

      Kel, tô com você: altos bem altos e baixos bem baixos, e também vivo na defesa, sempre...
      (acho que por um cisquinho não somos bipolares! rssrs)

      Poly, uma das coisas que tenho feito muito por mim é não me cobrar tanto e tentar controlar a ansiedade. O excesso de auto-cobrança é que gera a frustração na gente.

      Devagar a gente chega lá, certamente...
      É como sempre digo, nossa mudança acontece em doses homeopáticas!

      Bjs às duas!
      TMJ, sempre!

      Excluir
  3. Brilhante, minha companheira!
    É este mesmo o caminho...
    ...então, continue caminhando e o mais lhe será revelado.
    Grande abraço e TAMUJUNTU.

    ResponderExcluir