quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Até que ponto isso é importante?

Estou estudando o livreto dos lemas. Faço a mesma leitura diversas vezes, em dias diferentes, para tentar absorver o máximo possível daquilo que o texto quer me ensinar. E esse é um dos nossos lemas no Nar-Anon.

Precisamos aprender a parar e refletir a importância que nós damos aos fatos que acontecem em nossas vidas. Precisamos aprender, também, a evitar os comportamentos reativos.

Na verdade, trabalhando o lema, teremos uma sequência de aprendizados. Eu sei que não tenho controle sobre as ações e reações do outro, mas tenho controle sobre as minhas ações.
E eu posso definir o tamanho da importância que vou dar a um determinado fato.

Outro dia ouvi na reunião: "Evite o primeiro conflito".
E é verdade... Se antes de reagir a um conflito tivermos a serenidade para conseguirmos manter a calma e silenciar as emoções, muita coisa será evitada. 

E mesmo que venham algumas palavras que nos magoam, precisamos criar o hábito de perguntar ao nosso coração "até que ponto isso é importante?".

A compreensão desse lema nos ajuda a não entrar no ciclo da auto-piedade. Aprendemos a deixar de potencializar certas situações que nos fazem sofrer.

Na página 11 do livreto dos lemas, encontramos os seguintes questionamentos:
1- Isso é um contratempo ou um desastre?
2- Uma dificuldade ou uma tragédia?
3- Buscamos a perfeição nos outros, em nós, na vida?
4- É necessário que tudo seja feito do nosso jeito?
5- Eu quero ter razão ou quero ser feliz?

São questões que necessitam imensamente de nossa atenção. O ser humano é movido a sentimentos e pensamentos, uns mais outros menos, mas todos nós fazemos nossas escolhas com base no que sentimos ou julgamos ser o melhor para nós.
E quando nos assumimos codependentes e resolvemos buscar por nossa recuperação, compreendemos que nossas pensamentos nos traem e nos levam a cometer atitudes insanas.
No  meu caso, estou me concentrando nas duas primeiras perguntas e na última. São as que mais me dão trabalho!

Eu sou passional, sempre fui. E sou muito emocionalmente frágil. Tudo me abala demais e me leva ao sofrimento.

O sentimento que tenho amarrado dentro do coração é contraditório:
Eu não guardo mágoa, não fico remoendo ou me prendendo ao que passou, mas ao mesmo tempo sofro demais com algo que eu não esperava que acontecesse. Não sei lidar com o inesperado.

Se eu sou atingida com palavras a meu repeito que não são verdadeiras, palavras ditas com o único intuito de me ferir na hora da raiva, elas ficam, por muito tempo ecoando na minha cabeça. Não supero com facilidade algo que me magoou demais.

Uma fala agressiva no momento da discussão me dói muito menos que uma acusação injusta contra mim. Seja essa palavra vinda de quem for.

Por exemplo, eu trabalhei 12 anos na mesma Escola, e os últimos 3 anos foram um verdadeiro terror, por conta da gestão do último diretor que tivemos. Ele cometeu assédio moral com vários professores. Ele fez coisas inacreditáveis com profissionais exemplares. Foi um período muito difícil para todo mundo, tenso, cansativo. E até hoje me dói relembrar as coisas que ele me falou. Ele me humilhou demais, de maneira injusta.
Uma palavra injusta me corrói.
Uma palavra usada com o intuito de ferir, de ofender, me magoa...

Então, por isso tenho feito os questionamentos sugeridos pelo lema para ver se estou ou não potencializando os fatos. Se estou dando a eles uma importância maior do que eles merecem.

Meu DQ reclama muito isso comigo. Ele sempre chama minha atenção, fala que eu crio histórias na minha cabeça (algumas vezes ele está certo) a acabo me magoando com facilidade.

Então... O que preciso fazer?
Coube a mim tomar a decisão se quero ou não modificar isso.
Eu decidi que quero, mas ainda não consegui.

Gente, o exercício da entrega é muito simples!
Mas o fato de ser simples não quer dizer que seja fácil. Aliás, acho que é a simplicidade do lema que o torna tão difícil de ser aplicado na nossa rotina.

Falei sobre isso ontem em minha partilha na reunião. Minha ansiedade me trai, e o que eu preciso é aprender a lidar com ela. Foi ela que me levou a agir com impulso na discussão grave que tive com minha irmã, e que deu no que deu.

A parte da aceitação foi tranquila para mim. Não tive problemas para compreender que sou limitada, que não posso modificar o outro, que não tenho controle em relação às escolhas de cada um. Mas estou com dificuldades para modificar os meus pensamentos, em não permitir que minhas emoções me machuquem.

Tenho pedido a Deus para me ajudar. Para retirar de mim os meus defeitos de caráter, e para me dar armas para modificar diariamente aquilo que sou capaz de modificar.
A codependência é traiçoeira e silenciosa. E ela nos visita quando menos esperamos.
E ela faz com que minha fragilidade emocional fique ainda mais intensa, por isso, se eu não permanecer atenta, posso voltar ao ciclo doentio em que eu me encontrava há alguns meses atrás.

Não quero voltar a viver daquela forma melancólica.

Estou em busca da serenidade, e a forma mais fácil de encontrá-la é trabalhar o programa.
É aceitar que não há outra forma de ser feliz a não ser aprender a viver "um dia de cada vez", já que a vida se resume ao hoje, aqui e agora.
Se vivermos sofrendo com o que passou, não vamos conseguir viver bem nunca.

É isso, amigos...
Estejamos atentos aos lemas.
Eles são simples e cheios de sabedoria. Eles nos ajudam a melhorar nosso contato com o Poder Superior.

Desejo uma semana de muita paz e serenidade.



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